Easy, de Tammara Webber



Encontrei Easy, por acaso, em PDF e achei que poderia ser uma leitura ao estilo de Belo Desastre e funcionaria para mim. Não tem nada a ver com Belo Desastre, mas gostei da história e de como foi desenvolvida, embora não seja do tipo que surpreende. O enredo é clichê: romance que se inicia após uma situação/problema e que tem tudo para dar errado. Há uma certa mensagem, criminalmente educativa, a ser passada para o leitor, e eu gostei, mesmo que de tenha sido abordada de forma simples e secundária. 

 
Jaqueline vai à faculdade porque o namorado, Kennedy, também vai. Eles namoram desde o Ensino Médio e agora, após três anos de relacionamento, ele decide terminar tudo. Sem chão e vontade de encarar as aulas, ela se mantém longe das vistas de todos por duas semanas, quando decide acompanhar a amiga em uma festa de fraternidade. Spoiler Pesado! Selecione se quiser ler. Sem beber e distante da amiga Erin e o namorado, Jaqueline decide ir embora. Para seu desespero, ao entrar em seu carro, é surpreendida por um peso absurdo que a deixa deitada nos bancos do carro. O tal peso pertence a um membro da fraternidade de seu ex-namorado e que, até então, sempre lhe respeitara. Buck, o tal “irmão” de seu ex, a mantém presa e ameaça forçá-la ali mesmo, já que ninguém aparecerá tão cedo. Tentando livrar-se do peso extra, Jaqueline percebe que, de repente, está livre, mas não por arrependimento de Buck. Um garoto que nunca notara acaba de livrá-la das garras do valentão, deixando-o bem surrado. Lucas, seu salvador, se oferece para acompanhá-la em casa e não entende por quê a garota não quer chamar a polícia.
Após duas semanas de faltas, Jaqueline está enrolada com as aulas e perda de trabalhos, por isso um paciente professor lhe indica um tutor para lhe ajudar a retomar os estudos e recuperar as notas perdidas. Trocando e-mails e, praticamente, se apaixonando pelo tutor que nunca viu, pessoalmente, ela tenta retomar o tempo perdido e aprender a superar o término do namoro. As poucos, a falta que Kennedy lhe faz vai se tornando apenas uma distante lembrança, enquanto a presença de seu salvador Lucas, passa a se tornar mais forte. Tudo indica que Lucas e Landon, o tutor, sejam a mesma pessoa, mas por que o segredo? Mas os desenhos de Lucas e as dicas de landon não são o bastante para afastar Buck de sua retaguarda, o que lhe faz se arrepender de não ter chamado a polícia no fatídico dia.
A princípio, Jaqueline se mostra uma dessas garotas que vive em função do namorado e blá blá blá, mas logo a impressão se vai. Ela é bastante realista para alguém que parecia enxergar o mundo no namorado e reconhece que precisa encarar o futuro, ainda que sinta a falta daquele com quem esteve por três anos. Kennedy me lembrou muito o Warner, de Legalmente Loira (filme!), não é mau, mas bem superficial. Já o Lucas é o típico garoto fechado e comprometido às boas causas por uma razão misteriosa, fator que impulsiona o romance, claro. Erin se mostra uma grande amiga, daquelas que não abandonam a outra por qualquer um.
A história, como eu disse, é clichê, mas um dos razoáveis. Gostei do que li e dos personagens. A emoção é sugerida, mas não te cerca e, ainda assim, você pode entender o que se passa com eles. De um passado familiar dramático a uma família, aparentemente, desligada, o livro nos apresenta vários motivos que podem deixar uma pessoa se fechar para o mundo e sentir-se sozinha, a ponto de preferir se calar. Não há nenhum suspense ou dúvidas. Tudo é narrado de forma clara e direta, mas apesar disso, você espera pelo próximo momento ápice.
Além do óbvio romance, fator que vende livro, notei uma pequena e importante mensagem querendo se sobressair. Jaqueline não chamou a polícia após uma tentativa de estupro que sofrera, mas por que? Assim como ela, outras, que até mesmo chegaram a sofrer a violência em sua forma consumada, não se manifestam perante as autoridades. Por que? A história mostra que é difícil para as pessoas, em geral, distinguirem a situação, achando que o fato de alguém não ser virgem ou estar em um quarto com outrem, descaracteriza a possibilidade do não consentimento. Acho que o tema merece espaço na literatura, que já aborda tanta polêmica. Por que não instruir o leitor? Gostei da premissa, utilizada como plano de fundo para a história. O apelo social superou o lado “egoísta” da história, ainda que sutilmente.

2 comentários:

  1. Eu quero muito ler esse livro, a capa é super linda e a história parece ser legal, mesmo que seja clichê (eu adoro uma história clichê) hehe

    Beeijos,
    iSteh

    ResponderExcluir
  2. Já tinha lido outra resenha desse livro e tenho muita vontade de ler. Espero que chegue rápido aqui no Brasil \o/
    Não me incomodo com clichês desde que sejam bem colocados na história!

    Bjs,
    Kel
    www.itcultura.com.br

    ResponderExcluir

Gostou do post? Por que não faz um comentário e deixa uma blogueira feliz? :)