Encontrei
Easy, por acaso, em PDF e
achei que poderia ser uma leitura ao estilo de Belo Desastre e
funcionaria para mim. Não tem nada a ver com Belo Desastre, mas
gostei da história e de como foi desenvolvida, embora não seja do
tipo que surpreende. O enredo é clichê: romance que se inicia após
uma situação/problema e que tem tudo para dar errado. Há uma certa
mensagem, criminalmente educativa, a ser passada para o leitor, e eu
gostei, mesmo que de tenha sido abordada de forma simples e
secundária.
Jaqueline
vai à faculdade porque o namorado, Kennedy, também vai. Eles
namoram desde o Ensino Médio e agora, após três anos de
relacionamento, ele decide terminar tudo. Sem chão e vontade de
encarar as aulas, ela se mantém longe das vistas de todos por duas
semanas, quando decide acompanhar a amiga em uma festa de
fraternidade. Spoiler Pesado! Selecione se quiser ler. Sem beber e distante da amiga Erin e o namorado,
Jaqueline decide ir embora. Para seu desespero, ao entrar em seu
carro, é surpreendida por um peso absurdo que a deixa deitada nos
bancos do carro. O tal peso pertence a um membro da fraternidade de
seu ex-namorado e que, até então, sempre lhe respeitara. Buck, o
tal “irmão” de seu ex, a mantém presa e ameaça forçá-la ali
mesmo, já que ninguém aparecerá tão cedo. Tentando livrar-se do
peso extra, Jaqueline percebe que, de repente, está livre, mas não
por arrependimento de Buck. Um garoto que nunca notara acaba de
livrá-la das garras do valentão, deixando-o bem surrado. Lucas, seu
salvador, se oferece para acompanhá-la em casa e não entende por
quê a garota não quer chamar a polícia.
Após
duas semanas de faltas, Jaqueline está enrolada com as aulas e perda
de trabalhos, por isso um paciente professor lhe indica um tutor para
lhe ajudar a retomar os estudos e recuperar as notas perdidas.
Trocando e-mails e, praticamente, se apaixonando pelo tutor que nunca
viu, pessoalmente, ela tenta retomar o tempo perdido e aprender a
superar o término do namoro. As poucos, a falta que Kennedy lhe faz
vai se tornando apenas uma distante lembrança, enquanto a presença
de seu salvador Lucas, passa a se tornar mais forte. Tudo indica que
Lucas e Landon, o tutor, sejam a mesma pessoa, mas por que o segredo?
Mas os desenhos de Lucas e as dicas de landon não são o bastante
para afastar Buck de sua retaguarda, o que lhe faz se arrepender de
não ter chamado a polícia no fatídico dia.
A
princípio, Jaqueline se mostra uma dessas garotas que vive em função
do namorado e blá blá blá, mas logo a impressão se vai. Ela é
bastante realista para alguém que parecia enxergar o mundo no
namorado e reconhece que precisa encarar o futuro, ainda que sinta a
falta daquele com quem esteve por três anos. Kennedy me lembrou
muito o Warner, de Legalmente Loira (filme!), não é mau, mas bem
superficial. Já o Lucas é o típico garoto fechado e comprometido
às boas causas por uma razão misteriosa, fator que impulsiona o
romance, claro. Erin se mostra uma grande amiga, daquelas que não
abandonam a outra por qualquer um.
A
história, como eu disse, é clichê, mas um dos razoáveis. Gostei
do que li e dos personagens. A emoção é sugerida, mas não te
cerca e, ainda assim, você pode entender o que se passa com eles. De
um passado familiar dramático a uma família, aparentemente,
desligada, o livro nos apresenta vários motivos que podem deixar uma
pessoa se fechar para o mundo e sentir-se sozinha, a ponto de
preferir se calar. Não há nenhum suspense ou dúvidas. Tudo é
narrado de forma clara e direta, mas apesar disso, você espera pelo
próximo momento ápice.
Além do
óbvio romance, fator que vende livro, notei uma pequena e importante
mensagem querendo se sobressair. Jaqueline não chamou a polícia
após uma tentativa de estupro que sofrera, mas por que? Assim como
ela, outras, que até mesmo chegaram a sofrer a violência em sua
forma consumada, não se manifestam perante as autoridades. Por que?
A história mostra que é difícil para as pessoas, em geral,
distinguirem a situação, achando que o fato de alguém não ser
virgem ou estar em um quarto com outrem, descaracteriza a
possibilidade do não consentimento. Acho que o tema merece espaço
na literatura, que já aborda tanta polêmica. Por que não instruir
o leitor? Gostei da premissa, utilizada como plano de fundo para a
história. O apelo social superou o lado “egoísta” da história,
ainda que sutilmente.
Eu quero muito ler esse livro, a capa é super linda e a história parece ser legal, mesmo que seja clichê (eu adoro uma história clichê) hehe
ResponderExcluirBeeijos,
iSteh
Já tinha lido outra resenha desse livro e tenho muita vontade de ler. Espero que chegue rápido aqui no Brasil \o/
ResponderExcluirNão me incomodo com clichês desde que sejam bem colocados na história!
Bjs,
Kel
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