6 meses depois...

Pessoal, estou pouco mais de seis meses afastada do blog e, com minha clara intenção de voltar à ativa por aqui, deixo esse pequeno texto que escrevi há alguns meses, quando eu já iniciava minha jornada de mãe. 

O mundo mudou. Não foi preciso acontecer mais um alinhamento de planetas, uma nova ordem mundial ou uma invasão alienígena. Não foi desta vez que Jesus voltou ou que todos os povos finalmente viveram em paz. Mesmo assim, o mundo mudou. O meu e o de tantas pessoas influenciadas pela chegada dessa pequena grande mudança. 
A mudança foi prevista há cerca de um ano atrás. A perspectiva era boa. Eu amei a novidade desde quando era só uma possível explicação para os pequenos sinais que surgiam aos poucos. Eu amei, refleti, me assustei, mas no final tudo se resumia a uma espera ansiosa e sobrenatural.
Foram dias, semanas... meses de preparação. Começou a ser dolorosa, física e psicologicamente, mas nunca perdeu a magia. E, então, aconteceu.
Com a mudança ganhei e perdi uma pessoa no mesmo dia. Vi uma morte e dois nascimentos em um mesmo minuto. O que aconteceu? Perdi quem eu era e conheci o "eu" que nascia daquela mudança. Descobri que eu não estava me tornando mãe, e sim, que eu sempre fui. O "eu" de antes ficou simplesmente esquecido, abrindo espaço para tudo o que ainda iria viver após os dois nascimentos. 
A verdade, nem tão poética assim, é que eu nasci junto com o meu filho. Vamos crescer juntos. Ele tem me ensinado tudo o que sei desde então e, em algum momento, acredito que será a minha vez de ensinar a ele. Por enquanto, fico com a sabedoria das crianças. Sou uma criança também. Ainda preciso tanto, mas tanto, da minha mãe, só que agora tenho o papel dela também.
A vida de antes era boa. Eu seria louca de reclamar do que vivi, mas o agora...ah, esse sim, é incrível. Não é o paraíso, não, mas é uma sensação indescritível. Cada dia me traz um aprendizado. Às vezes, até mais. Eu sei que nem todo mundo nasce para a maternidade. Eu nem mesmo sei se nasci para isso... Mas cá estou. Sabe, um dia eu já desejei a paz mundial, mas hoje o meu desejo altruísta é outro. O que eu desejo é que me filho seja bom para o mundo e, claro, que o mundo também o seja para ele. 

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