Depois de não conseguir evitar que um homem acabasse com a própria vida, Christine passa a refletir sobre o quanto é importante ser feliz. Por isso, ela desiste de seu casamento sem amor e aplica as técnicas aprendidas em livros de autoajuda para viver melhor. Adam não está em um momento muito bom, e a única saída que ele encontra para a solução de seus problemas é acabar com sua vida. Mas, para a sorte de Adam, Christine aparece para transformar sua existência, ou pelo menos tentar ajudá-lo. Ela tem duas semanas para fazer com que Adam reveja seus conceitos de felicidade. Será que ele vai voltar a se apaixonar pela própria vida?
Como
se apaixonar (How to fall in love), escrito pela aclamada autora
Cecilia Ahern e publicado pela Editora Novo Conceito, é um romance
“daqueles”, digno de frases e momentos leves, mas cheio de
profundidade.
Se
eu ainda não havia elegido um preferido dentre os livros da Cecilia
Ahern, já não é o caso. Como se apaixonar é o livro mais doce da
autora, dentre os que já li. E como eu gostei! A história demora um
pouquinho a engrenar, já que a sintonia entre os personagens tem um
caminho próprio a percorrer. Bom, Christine é uma mulher de trinta
e poucos anos que tem uma compulsão por ajudar aos outros com seus
problemas psicológicos. Ela tem suas razões, acredite, mas a mente
das pessoas é algo complexo demais e, nem sempre, passível de ser
consertada. Insistente e preocupada, ela sofre uma grande decepção
ao presenciar o fim de alguém que ela tanto desejava ajudar. Após o
incidente, ela encontra aquele que dará um novo rumo à sua
necessidade, Adam, alguém que desistiu da vida mesmo com tantas
soluções a considerar. É então que Christine faz um acordo: ela
terá alguns dias para fazê-lo mudar de ideia, apresentando soluções
e alternativas para os dramas que ameaçam destruir o coração jovem
e as perspectivas de Adam.
O
livro é narrado em primeira pessoa, sob o ponto de vista de
Christine. Ela é uma personagem adorável. A princípio, confesso,
não estava entendendo os hábitos esquisitos e gosto por livros de
auto-ajuda, como se estas coisas fossem úteis para se salvar vidas
desiludidas como um profissional faria. Apesar de confiar demais nas
centenas de “passos” para se conquistar isso ou aquilo, o que ela
quer de verdade é ser útil para as pessoas que só precisam de um
empurrão para amar a vida. Ela é persistente, mas com Adam, acaba
sendo mais do que isto. Ele se torna o centro de sua vida até que o
prazo termine, e vai descobrindo com ele coisas maravilhosas e que
não devem ser esquecidas. Um tanto louca, ela vai passar o livro
inteiro tentando salvar o lado de Adam que ainda pode querer viver.
Ele, por outro lado, passa boa parte da história de mau-humor,
praguejando e lamentando um amor perdido, embora seja pressionado por
Christine a sempre tentar algo mais. E não é que boa parte das
ideias dela funcionam?
Por
várias razões, Como Se Apaixonar é um livro muito fofo, mesmo
abordando um tema tão pesado quanto o suicídio. Às vezes, aquele
que parece sempre querer ajudar é exatamente o que mais precisa ser
notado. Christine tem seus próprios problemas, mas prefere abrir mão
deles por um tempo apenas para evitar o caminho sem volta do outro. É
uma linda lição de vida. E nem só de tristeza e arrependimentos
vive a história. Mesmo com o gênio difícil de Adam, a história se
mostra cheia de trechos divertidos e bem humorados. E o final…
perfeito. Leitura recomendada!
“– Você é um tônico. Deveriam prescrever você para depressão em vez de comprimidos.”
Gosto dos livros da Cecelia, mas não tive a oportunidade de ler este ainda. Realmente precisa de talento para deixar um livro que tem como tema o suicídio uma visão fofa.
ResponderExcluirBjs, Rose.