Eu
sei que todo mundo já conhece a maioria dos contos de fadas famosos.
Geralmente, as versões da Disney são as grandes campeãs em
popularidade, mas sabemos que toda historinha fofa tem uma origem
mais profunda, e até mesmo obscura. Há alguns anos tem surgido uma
grande leva de filmes e animações voltadas para os contos de fadas,
alguns mais leves, outros mais agressivos, mas todos muito brilhantes
e, diria até, encantadores. Já tivemos diversas versões de parte
deles, quase todas com visuais bonitos, mas nem todas inesquecíveis.
Com o recente lançamento de Cinderella em live-action acho válido
falarmos um pouquinho sobre a história para inaugurar a coluna
SSContos.
O Conto Original
A
história de Cinderella possui várias versões, sendo a mais
conhecida datada de 1697, escrita por Charles Perrault, muito
parecida com a dos Irmãos Grimm, e baseada no conto A Gata
Borralheira. Ao contrário da versão da Disney, a história de
Perrault é bem obscura e não possui exatamente o final feliz.
Cinderella é a única filha de um rico comerciante que, após a
morte do pai, fica sob a responsabilidade da madrasta. A madrasta é
uma mulher egoísta que só se importa com aparências e suas filhas
invejosas. A menina é tratada como serviçal na mansão da família,
vivendo no sotão, suja e solitária frente às maldades das
mulheres. Suas únicas companhias são animais da floresta. Certo
dia, o Rei anuncia um baile para a escolha de uma esposa para o
príncipe, para o qual todas as moças do reino estão convidadas. A
madrasta, ciente da beleza de Cinderella, a proibe de ir sob a fraca
alegação de não haver um traje adequado para ela. No entanto, a
garota confecciona o seu próprio vestido, com a ajuda dos
animaizinhos da floresta. Obviamente, a madrasta e suas filhas dão
um jeito de acabar com os planos da garota e destroem todo o seu
trabalho. Arrasada, Cinderella se esconde, chorando. De suas lágrimas
surge a Fada-madrinha, que cria não só o vestido e sapatinhos mais
maravilhosos como também uma carruagem, transformando os
animaizinhos em ajudantes para a noite de Cinderella. A única
condição é a de que devem estar de volta antes da meia-noite, pois
a mágica estará desfeita com o badalar das doze. Tudo corre bem
para Cinderella, que encanta o príncipe com sua beleza e tal... mas
na hora de voltar, com pressa, um dos sapatinhos de cristal fica na
escadaria. O final, a maioria conhece: o príncipe envia seus
oficiais para encontrar a dona do sapato, que só deverá servir na
verdadeira, claro. Ao chegar na casa de Cinderella, a madrasta a
deixa trancada, permitindo apenas que suas duas filhas experimentem o
sapatinho, que não serve em nenhuma das duas, claro. Cinderella,
finalmente, é reconhecida com a dona do sapatinho e fim. Na versão
de Grimm, ao invés da Fada-madrinha, Cinderella obtem ajuda de
pombos e de uma árvore mágica (crescida sobre o túmulo de sua
mãe), além disso, as irmãs malvadas chegam a cortar partes de seus
pés para que o sapatinho possa caber em uma delas, mas graças a
todo o sangue (argh!) a tentativa é falha. Elas também têm seus
olhos bicados pelos pássaros em dado momento, ficando cegas.
Sinistro, não? Outras versões também substituem a Fada-madrinha
pelo espírito da mãe de Cinderella e, outras, ainda mais sinistras,
englobam na história uma Cinderella assassina e um bizarro caso de
incesto. Acho melhor ficarmos com a versão de Perrault, né?
Que
tal conhecer as versões modernas do conto? Há muitos filmes
abordando a história de Cinderella de formas bem legais, e alguns
livros também.
Livros
Num mundo dividido entre humanos e ciborgues, Cinder é uma cidadã de segunda classe. Com um passado misterioso, esta princesa criada como gata borralheira vive humilhada pela sua madrasta e é considerada culpada pela doença de sua meia-irmã. Mas quando seu caminho se cruza com o do charmoso príncipe Kai, ela acaba se vendo no meio de uma batalha intergaláctica, e de um romance proibido, neste misto de conto de fadas com ficção distópica. Primeiro volume da série As Crônicas Lunares, Cinder une elementos clássicos e ação eletrizante, num universo futurístico primorosamente construído.
Bizarro
no início, mas incrível no decorrer da leitura... é o primeiro
livro de uma série, ou trilogia – As Crônicas Lunares. O segundo
livro, Scarlet, também já foi lançado pela editora Rocco. Ainda
não li o segundo, mas ao que parece, a história faz uma mistura de
contos de fadas, incluindo personagens e criando um enredo
interessante.
Cuidado com o que você deseja! Em um reino próximo, a realeza anuncia um baile que encontrará uma noiva para o príncipe e parece que o desejo de Cinderela irá ganhar aliados peculiares para ser realizado. Contudo, não será fácil: ela não é a aposta de sua família para esse casamento real, e sua fada madrinha precisa de um favorzinho em troca de transformar essa pobre coitada em uma diva real. Enquanto isso, parece que Lilith não está muito contente com os últimos acontecimentos e, ao mesmo tempo em que seu reino parece sucumbir ao frio, ela resolve usar sua magia para satisfazer suas vontades. Feitiço é o segundo volume da trilogia iniciada com Veneno, um best-seller inglês clássico e moderno ao mesmo tempo em que recria as personagens mais famosas dos irmãos Grimm com personalidade forte, uma queda por aventuras e, eventualmente, uma sina por encrencas. Princesas, rainhas, reis, caçadores e criaturas da floresta: não acredite na inocência de nenhum deles!
Então...
Feitiço é o segundo livro da Saga Encantadas, lançada pela Editora
Única. A trilogia é bem diferente, abordando os contos de fadas de
uma forma mais adulta, sem censura e, bem, diferente. O primeiro
livro se chama Veneno e, o último, Poder, e todos entrelaçam vários
personagens de contos de fadas, como a Branca de Neve, a Bella...
Filmes
Cinderella
– Walt Disney – 1950
Acho
que todo mundo já deve ter visto esse, né? Fez parte da infância
de muita gente. Não é meu conto de fadas preferido, mas é
bonitinho e tem uma fada, o que era bem atrativo na minha infância.
Muitos não sabem, mas existem duas sequências, pouco populares,
produzidas já nos anos 2000.
Cinderella
II: Os Sonhos tornam-se realidade
Cinderella
III: Uma volta no tempo
A madrasta malvada se apodera da varinha mágica da Fada Madrinha e faz o tempo voltar para antes de Cinderella experimentar o sapatinho e se mostrar a verdadeira dona. Em posse da varinha, ela a utiliza para ampliar o sapatinho e fazê-lo caber em Anastasia, uma de suas filhas e, ainda, apaga as memórias do príncipe. Cinderella precisa dar um jeito...
Para
Sempre Cinderella – 1998 (Ever After: a Cinderella story)
A rainha da França solicita a presença dos Irmãos Grimm no palácio e lhes conta que gosta muito da obra deles, mas que ficou espantada em como foi contada a história de Gata Borralheira. Assim, decide lhes narrar o que realmente aconteceu na França do século XVI, quando Danielle de Barbarac (Drew Barrymore), sua tataravó, que ficou feliz aos oito anos quando seu pai (Jeroen Krabbé), um aristocrata viúvo, se casou novamente com uma baronesa (Anjelica Huston), pois assim ela ganhou uma mãe e duas irmãs no mesmo dia. Mas a sonhada felicidade durou muito pouco, pois logo depois seu amado pai morreu subitamente e a madrasta, que ela desejava que fosse a mãe que nunca tivera, passa a tratá-la como uma criada. Uma das filhas da baronesa é bondosa e não concorda com várias atitudes da mãe, mas por outro lado a outra filha é bastante egoísta e só pensa em se casar com o príncipe herdeiro (Dougray Scott). Para isto ela tem total apoio da mãe, que está disposta a conspirar, mentir e fazer o necessário para ver sua filha como a futura rainha. Mas ela precisa agir rápido, pois o príncipe conheceu Danielle e os dois estão apaixonados, com os sonhos de grandeza da baronesa podendo serem frustrados, pois sua enteada e o príncipe estão sendo aconselhados por ninguém menos que Leonardo da Vinci (Patrick Godfrey).
É
o meu favorito! Para mim, é a melhor adaptação do gênero. É uma
história forte, bonita e aborda a magia de uma forma mais realista,
mas não menos fantástica.
A
Nova Cinderella – 2004 (A Cinderella Story)
Sam Montgomery (Hilary Duff) é uma típica garota americana que vive cumprindo ordens de sua madrasta e suas irmãs desprovidas de beleza e inteligência. Certo dia na internet, ela conhece o seu príncipe encantado, e marca um encontro com ele em um baile. Mas quando descobre que sua alma gêmea cibernética é na verdade Austin Ames (Chad Michael Murray), o garoto mais popular da escola ela foge no meio do baile quando falta apenas alguns minutos para a meia-noite. No entanto, se atrapalha e perde o seu celular, e seu amor a procura intensamente, e não desistirá até encontrá-la.
Então,
ainda lembro da ansiedade pela estreia desse filme (old times)...
além do filme ter a linda da Hilary e, claro, o Chad Michael, conta
ainda com a presença de outros nomes que adoramos, como a Jennifer
Coolidge. É uma historinha boba de adolescente, com frases fofinhas
de efeito e a típica volta por cima de toda Cinderella.
Outro
Conto da Nova Cinderella – 2008 (Another Cinderella Story)
Mary (Selena Gomez) perde a mãe dançarina ainda criança , e passa a viver com Dominique Blatt (Jane Lynch), uma cantora pop que caiu no esquecimento, e suas duas filhas. Quando Joey Parker (Drew Seeley) retorna de uma turnê, e vai estudar em sua escola, as coisas mudam. Está chegando o baile de máscaras Branco & Preto onde a ex de Joey, o procura. Mary chega ao baile com sua melhor amiga, onde se destaca por estar de vestido vermelho. Ela e Joey se conhecem e ele a convida para dançar. Mary vê que já chegou meia noite, e sai correndo com sua amiga, deixando cair seu iPod. Joey o acha, e faz de tudo para encontrar a menina com quem dançou.
A
Nova Cinderella: Era Uma Vez Uma Canção – 2011 (A Cinderella
Story: Once Upon a Song)
Katie (Lucy Hale) é frequentemente maltratada e explorada por sua madrasta, Gail (Missy Pyle), mas se mantém calada por medo de perder o teto e qualquer chance de ir à faculdade. Katie é talentosa no canto e composição, mas divide o sonho de ser reconhecida como tal com sua meia-irmã Bev (Megan Park), nada talentosa, que naturalmente vai fazer de tudo para atrasá-la. Além de ser o garoto mais popular da escola e paixonite de Katie, Luke (Freddie Stroma), é também o filho de um importante produtor musical e também é talentoso. Logo, Katie é forçada a ajudar Bev, que finge ser dona da voz de Katie...
Cinderella
– 2015
Cinderella
acaba de estrear e eu ainda não vi, portanto, tudo o que sei é que
o live-action parece seguir a linha do desenho, alterando pequenos
detalhes, e mantendo a beleza típica da história.
Bônus:
Caminhos
da Floresta
– 2014 (Into
the Woods)
Caminhos da Floresta traz uma miscelânia de contos de fadas em um único desenrolar. Uma bruxa (Meryl Streep) amaldiçoa o Padeiro (James Corden) e sua esposa (Emily Blunt), que não poderão ter um filho até encontrarem os ingredientes certos para quebrar a maldição. Sua história se cruza com a de Jack, de João e o Pé-de-Feijão, Cinderella (Anna Kendrick) e Chapeuzinho Vermelho, com direito ao Lobo Mau de Jonnhy Depp. Na verdade, aqui há uma relativização dos finais felizes, mostrando que nem tudo é preto no branco e que, às vezes, o final de uns é o recomeço de outros...Cinderella, aqui, se apresenta como a garota que foge do príncipe em todos os bailes e se desespera ao se ver presa na perfeição do castelo ou na infelicidade de sua casa, quando tudo o que ela quer é um meio termo.
E,
então, pessoal, qual adaptação dos contos de Cinderella mais
agrada a vocês? Eu ainda escolho Para Sempre Cinderella...
Camilla,
ResponderExcluirque post mais completo e criativo!!! :) :)
Não sabia das outras versões do conto, como a madrinha sendo substituída pelo espírito da mãe e da do próprio Grimm.
"Cinderela" não é o meu favorito das princesas, ainda prefiro o conto de "A Bela e a Fera".
Amei o que o filme "Caminhos da Floresta" fez com as histórias em geral, principalmente a de "Cinderela". O príncipe não é tão convencional quanto estamos acostumados, rs.
"A Nova Cinderela" da Hilary e o do Chad acaba sendo um "clássico" de adolescente, mas pensando na história, é meio estranho ele não ter reconhecido ela depois, sendo que no baile a Sam usava apenas uma máscara nos olhos, mas ao mesmo tempo, acho que o filme quis mostrar que Austin nunca realmente enxergou Sam. Ele só a via.
A versão com a Selena me simpatizo por causa dela e do Drew. A trilha sonora é bem moderna e me agradou também, rs.
A de Lucy Hale achei meio infantil, não sei porque se já tinha crescido ao assistir e as outras não, mas achei bem fraca.
Beeijos
https://claquetegirls.wordpress.com/
Brigadinha, Bia :)
Excluirque bom que vc gostou! Hilary sempre será um clássico, né? rs