Quando Luisa Lima descobre que existe alguém que nasceu para pertencer a ela, não pensa duas vezes em fazer as malas e ir atrás do que parece ser o amor perfeito. Quando completa dezoito anos recebe um presente: o dom de ouvir os pensamentos alheios. Como se isso já não fosse o suficiente complicado, ainda descobre possuir a habilidade de se “desprender” do próprio corpo e mover-se a qualquer lugar, na velocidade da luz, apenas como energia, como espírito. Confusa com seus poderes, Luisa, tem a sorte de conhecer quatro jovens dispostos a explicar e a levá-la ao complicado mundo dos Transmutados. É quando descobre que todo Transmutado nasce predestinado a um parceiro ideal, e, quando isso acontece com Luisa, ela segue em busca de sua “alma-gêmea”, fechando os olhos e ignorando todos os perigos que esse relacionamento pode causar.
O Desconhecido é o primeiro livro da
série Transmutados, escrito pela autora e blogueira, Vanessa
Tourinho, e publicado pela Modo. Trata-se de um romance sobrenatural
agradável e curioso.
Luisa é uma moça muito tranquila.
Ela vai à faculdade, tem amigos e luta por seu lugar ao sol. Seus
grandes problemas surgem quando ela percebe que pode ouvir os
pensamentos de seus amigos mais próximos, algo bem desagradável
para alguém que só quer cuidar de sua própria vida. Tão logo ela
aprende a controlar um pouco essa estranha habilidade e já surge
mais um drama: agora ela também pode deixar seu espírito livre do
corpo e viajar na velocidade da luz. Talvez este último não seja
realmente um problema, uma vez que poder fazer algo do tipo é uma
experiência incrivelmente deliciosa. O fato é que Luisa não pode
sair por aí contando o que é capaz de fazer, não quando é muito
comum que as pessoas não saibam lider com o que é diferente. Não
demora muito e Luisa descobre que confiar em pessoas comuns não é
mesmo uma boa ideia...
E ali estava, outra vez, tentando descobrir o que acontecia comigo.
Por um pequeno acidente, ela conhece
Toni, Richard, Camile e Maya, todos possuidores de habilidades
especiais, cada um à sua maneira, e é aí que ela é apresentada ao
universo dos Transmutados. Dentre os possuidores dos mais diferentes
dons, dois grupos se subdividem: os Goodpower e os Badpower, que ao
pé da letra são os transmutados do bem e os do mal. Na verdade, não
é que todos sejam muito bons ou muito maus, a diferença entre eles,
basicamente, é a forma como decidem utilizar suas habilidades. Eles
não saem por aí salvando pessoas ou causando desastres, mas ambos
os lados possuem suas próprias regras quanto ao que pretendem fazer
de suas vidas e, claro, há uma forte rixa entre eles.
- Poderes são legais, Luisa, por que não tê-los?
(…)
- Complicações, segredos, problemas demais.- concluí dando de ombros. - Mas isso é tudo ficção mesmo, porque temos que perder tempo falando deles?
O cenário se desenrola no Brasil e na
Inglaterra, de forma a deixar bem evidente a necessidade de
movimentação dos transmutados, que estão sempre sendo levados, por
suas habilidades, a cumprir novas metas. Luisa descobre que cada um é
predestinado a uma alma gêmea e, assim que recebe o primeiro sinal
da sua, sai a sua procura. Infelizmente, ela não está sozinha nessa
procura, já que Badpowers estão sempre por perto, à espreita...
De qualquer forma, achar sua alma
gêmea não é o problema. Na verdade, acaba sendo a parte mais
fácil. O que complica é a condição da pessoa e com quem ele está
envolvido. Não vou dar nomes ou explicar o que acontece, mas garanto
que o que, a princípio é lindo e cheio de sentimentos, acaba se
tornando doloroso e, praticamente, impossível de lidar. A coisa fica
tão feia que receio ter que dizer que desejei muito que a tal alma
gêmea fosse um engano de Luisa, já que o personagem consegue agir
de forma inconcebível, independente dos seus motivos.
Por outro lado, a maioria dos
personagens do círculo de Luisa são muito interessantes, e não só
por suas habilidades, mas por serem incógnitas quando se trata de
reação a algo. Experimente juntar uns 10 transmutados muito
protetores em uma casa... o fato é que todos eles são especiais e,
ao mesmo tempo, comuns como personalidade. Os clãs agem como
verdadeiras famílias, lutando sempre juntos pelos interesses uns dos
outros, ainda que seja perigoso. Cheguei a lembrar bastante da
família Cullen, de Crepúsculo, mas apesar da semelhança no quesito
habilidades, os transmutados vivenciam outro tipo de luta.
No fim das contas, o livro termina com
a deixa perfeita para a sequência, em todos os sentidos, pois só
para ilustrar, são 3 detalhes insanos que recheam as últimas
páginas. Luisa já reconhece seu lugar como transmutada, mas ainda
precisa resolver muitas pendências, que envolvem, não só ela, mas
todo o seu clã.
Escrito em primeira pessoa, na visão
da personagem Luisa, O Desconhecido tem uma leitura muito fácil e
tranquila. Os detalhes são acrescentados aos poucos, de forma clara,
sem deixar dúvidas quanto aos principais pontos. Os personagens são
bem descritos, assim como as situações e diálogos, quase sempre
com um pouco de comédia (que eu adoro).
Para o primeiro livro de uma série,
achei que a história foi muito bem explicada, sem deixar o leitor no
escuro quanto às informações básicas. Fico muito chateada quando
finalizo um livro e ele não me deixa qualquer informação decente,
obrigando o leitor a manter uma série de dúvidas até a publicação
do próximo volume. Em Transmutados, muita coisa acontece e está
para acontecer, mas está tudo muito bem colocado e a sequência só
pode ser ainda mais interessante.
A diagramação está muito boa.
Começando pela capa, a sobreposição de imagens é bem sugestiva,
além de bonita. As páginas que intercalam os capítulos também
estão muito bonitas, com o fundo estilo marca d`água (não sei se é
assim que se chama) com a imagem de Londres. As páginas são
amarelas e, a única coisa que eu melhoraria é a fonte, que achei um
pouco clara e pequena, mas nada que atrapalhe a leitura.
Este é mais um ótimo exemplar da
literatura nacional, mais do que recomendado a todos os adoradores de
uma boa história com o sobrenatural.
E ficou ali, me olhando nos olhos.
Fiquei sem saber o que fazer. Aquilo estava mesmo acontecendo, eu não conseguia acreditar. (meu quote preferido)
Que lindeza, Camilla! Resenha deliciosa, amei. Muito obrigada pelo espaço e pelo incentivo! ♥
ResponderExcluirEspero que a continuação venha logo!
Gosto muito do trabalho gráfico da Modo, eles sempre capricham em seus livros. Este infelizmente eu ainda não li, mas pelo visto vale a pena.
ResponderExcluirBjs, Rose
Achei a sinopse boa. E a resenha sincera. Confesso que o despertou minha curiosidade, tem elementos muito bacanas para uma boa história. Fique feliz por saber que trata-se de um exemplar na literatura nacional. :)
ResponderExcluirhttp://legadodaspalavras.blogspot.com.br/