Escrita
por Sophie Jordan e publicada no Brasil pela editora Agir, Firelight,
primeiro volume da série Draki, é um daqueles livros que te atraem
pela capa e te surpreendem com um enredo clichê, mas bem elaborado,
com um detalhe um tanto diferente.
A
jovem Jacinda é especial. Além de pertencer a uma espécie
descendente de dragões cuja maior habilidade é poder alternar entre
a forma humana e a animal - os draki -, ela é uma das únicas de seu
clã que consegue cuspir fogo. Quando uma atitude rebelde ameaça a
existência dos outros membros de sua comunidade, ela e sua família
têm que fugir e viver disfarçadas entre os humanos. Na nova escola,
Jacinda precisará esconder seu segredo de todos e aprender a
controlar seu espírito draki, que teima em se manifestar logo na
presença do belo e charmoso Will, um caçador de dragões. Os dois
se apaixonam e irão fazer de tudo para que os muitos segredos e
diferenças que os separam não os impeçam de viver esse amor.
Logo no
princípio, a impressão que a sinopse nos passa é a de que se trata
de mais uma história teen sobrenatural, com seres míticos e
poderosos e sua luta por aceitação, dilemas adolescentes e blá blá
blá... e bem, é isso mesmo, porém não se engane, a história não
é só bonitinha, é bem escrita e possui personagens muito
especiais. Desta vez, os seres míticos são nada menos que dragões,
o que dá novos ares para quem está acostumado a lobisomens,
vampiros, fadas e bruxas. Como a própria capa sugere, existe um
grupo de pessoas, vivendo escondido da sociedade, e que possui um
herança sanguínea simplesmente magnífica. Os draki podem se
manifestar quando querem e só se sentem livres quando assim estão.
Voadores e vistosos, quando estão fora de seus domínios, precisam
de cuidado redobrado para não serem vistos por seres humanos, pois
existem caçadores à espreita. Seu vilarejo fica encoberto por uma
névoa criada pela draki mais sábia do clã, portanto ultrapassadas
as barreiras, qualquer um está em perigo de ser visto.
Jacinda é
uma draki Cospe Fogo, rara e alvo dos olhares do filho de um dos
drakis mais poderosos, Cassian. Ela tem uma irmã gêmea, Tamra, que
ainda não manifestou seu draki e sofre por isso. Tentando evitar a
pressão do clã, a mãe das meninas decide levá-las para morar em
uma cidade no deserto, buscando uma vida normal. Os maiores problemas
surgem quando Jacinda descobre que um de seus colegas da escola é
Will, um garoto cuja família promove a caça aos draki, motivo que
não os impede de se apaixonarem. Ao mesmo tempo, Cassian embarca na
missão de fazê-las retornar ao clã, não obtendo sucesso. Jacinda,
com passe livre na casa de Will, descobre coisas terríveis a
respeito de sua família e percebe que os riscos estão muito altos.
Daí em diante, ela vive um dilema: amor versus sangue.
O
desenrolar da história é fácil e sem muitos mistérios. O início
tem bastante ação, mas as coisas só ficam interessantes depois da
mudança de cidade e a convivência com seres humanos normais. Achei
muito digna toda a descrição da manifestação dos draki, ou
dragões, sendo que este é o detalhe mais valioso da história. A
relação de Will e Jacinda não é muito interessante, não sinto
aquela química entre os dois, mas é fácil aceitar a premissa de
que os opostos se atraem. Cassian, por outro lado, me parece muito
mais virtuoso e importante na vida de Jacinda e sua família. Tamra é
só a irmã cansada de viver à sombra da outra e que busca seu lugar
ao sol, agindo com egoísmo em certos momentos, mas nada mais que o
natural. Gosto muito da parte antagônica da história, que mostra
dois lados de uma mesma moeda, deixando claro que a escolha de um
lado é mais complexa que o imaginado e, até mesmo, impossível.
A
história termina como deveria, sem surpresas, mas deixando um grande
problema para a sequência resolver. Um desafio que Sophie Jordan
aceita e completa muito bem no segundo volume, Vanish.
0 comentários:
Gostou do post? Por que não faz um comentário e deixa uma blogueira feliz? :)