Resenha: Ligeiramente Maliciosos [Os Bedwyn #2] – Mary Balogh


Após sofrer um acidente com a diligência em que viajava, Judith Law fica presa à beira da estrada no que parece ser o pior dia de sua vida. No entanto, sua sorte muda quando é resgatada por Ralf Bedard, um atraente cavaleiro de sorriso zombeteiro que se prontifica a levá-la até a estalagem mais próxima. Filha de um rigoroso pastor, Judith vê no convite do Sr. Bedard a chance de experimentar uma aventura e se apresenta como Claire Campbell, uma atriz independente e confiante, a caminho de York para interpretar um novo papel. A atração entre o casal é instantânea e, num jogo de sedução e mentiras, a jovem dama se entrega a uma tórrida e inesquecível noite de amor. Judith só não desconfia de que não é a única a usar uma identidade falsa. Ralf Bedard é ninguém menos do que lorde Rannulf Bedwyn, irmão do duque de Bewcastle, que partia para Grandmaison Park a fim de cortejar sua futura noiva: a Srta. Julianne Effingham, prima de Judith. Quando os dois se reencontram e as máscaras caem, eles precisam tomar uma decisão: seguir com seus papéis de acordo com o que todos consideram socialmente aceitável ou se entregar a uma paixão avassaladora? Neste segundo livro da série Os Bedwyns, Mary Balogh nos conquista com mais um capítulo dessa família que, em meio ao deslumbramento da alta sociedade, busca sempre o amor verdadeiro.

Ligeiramente Maliciosos (título original: Slightly Wicked), é um romance da aclamada autora Mary Balogh, e segundo volume da série Os Bedwyns (o primeiro é Ligeiramente Casados). O livro foi lançado pela Editora Arqueiro em abril.

Não costumo ler romances de época. Não sei bem a razão, mas sempre tive um pouco de medo desse tipo de livro, não por achar ruim, mas talvez, por não estar habituada ao ritmo das narrativas. De qualquer forma, está ficando difícil escapar de seus encantos, visto que existem vários no mercado atual. Li um nacional há pouco tempo e, agora, terminei Ligeiramente Maliciosos. Veredicto: amei.

Judith Law é uma moça de 22 anos sem pretendentes, pobre e, segundo seus familiares, sem bons atributos de beleza. Ao invés de ser uma solteirona amargurada, ela encara tudo com naturalidade, ainda que tudo o que mais deseje é ser outra pessoa, pelo menos por alguns minutos (quem sabe até por um dia?). Graças a um irmão pródigo, sua família está enfrentando uma grande crise financeira e, claro, sobra para Judith o papel de parenta serviçal. Convidada a morar com uma tia em sua mansão para ser uma espécie de dama de companhia da avó em troca de casa e comida, a moça está disposta a ajudar no que puder, inclusive sendo humilhada por atitudes mesquinhas de pessoas que deveriam respeitá-la. (In)Felizmente, no caminho, sua diligência se envolve em um acidente e, logo, Judith se vê “presa” em uma estalagem com o atraente cavalheiro Ralf Bedard, com quem passa momentos quentes e indignos de uma filha de pastor. Lá, ela é Claire Campbell, uma mulher bem-resolvida que ganha a vida como atriz. É claro que o Senhor Bedard fica encantado com a beleza ruiva e cheia de curvas daquela mulher que não precisa sequer de uma acompanhante para seguir caminho, isto é claro, até não encontrá-la nas dependências da estalagem e descobrir que a mesma fugiu...

Passados os tórridos momentos de folga enquanto a chuva não passava, Judith está de volta à realidade, chegando à sua nova casa, cercada das futilidades da nobreza. Sua prima Julianne está no auge da juventude matrimonial, o que significa dizer: quer encontrar um marido bom-partido a qualquer custo. Mas então, o pretendente com mais chances com Julianne é justamente quem? Isso mesmo, Lord Rannulf Bedwyn, herdeiro de um possível ducado, conhecido por Judith como Ralf Bedard. Estão chocados? Imaginem os dois ao se depararem em plena sala de estar da mansão…

“– A jovem tem 18 anos – respondeu a avó – A idade certa para você, Rannulf. É jovem o bastante para que a molde à sua vontade e tem a maior parte dos anos férteis ainda por vir.”

O livro é narrado em terceira pessoa, com enfoque em Judith e Rannulf. Ao contrário do que eu esperava (erroneamente) de um romance de época, a trama não é nada chata ou lenta, pois além dos diálogos inteligentes, as atitudes dos personagens quase não deixam margem à calmaria. O tempo todo encontramos uma Judith respeitosa perante os seus, porém pronta para defender suas ideias, além de um Lord Rannulf com pose de superior, que não passa de um cavalheiro, em todas as acepções da palavra. Fiquei realmente surpresa com a beleza da narrativa, que mescla a posição da mulher em tempos como aqueles, a atitude de alguns nobres perante os menos abastados e a força do trabalho em conjunto de pessoas honestas e honrosas.

“– Pobre Judith, nunca debutou, mesmo sendo anos mais velha do que eu. Como deve ser incoveniente e desagradável para você não ser capaz de transitar na alta sociedade. Mamãe diz que seu caso não seria tão desesperador se o tio houvesse feito um casamento mais vantajoso. Como você tem sorte por ter sido convidada a morar aqui, onde pelo menos poderá ver pessoas de criação superior.”

A capa e diagramação estão bem dignas da Arqueiro: impecáveis e bem revisadas. Por se tratar de uma sequência, neste caso, o segundo livro de uma série, recomendo a leitura do anterior, Ligeiramente Casados, pois acredite, é impossível resistir aos Bedwyn. No entanto, para aqueles que não leram o anterior, não vejo grandes problemas, já que cada livro aborda um membro da família diferente. 







 

17 comentários:

  1. Oie Camilla =)

    Ganhei esse livro de aniversário e não vejo a hora de me jogar na leitura *-*
    Ótima resenha!

    Beijos;***

    Ane Reis.
    mydearlibrary | Livros, divagações e outras histórias...
    @mydearlibrary

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  2. Oooooooi, Mila!" Tudo bom? Então...eu nunca li romance de época então não posso dar minha opinião sobre esse tema, mas não sou muito interessado nele. Resenha bem estrutura, como sempre, parabéns!

    Bjs do Dan :3

    http://blgocafecomdaniel.blogspot.com

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    1. É ótimo pra quem gosta e pra quem se aventurar no gênero pela primeira vez :)

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  3. Oi!!
    Já li resenhas sobre esse livro, sempre positivas.
    Sempre fico com um pé atrás com estória de época.. Justamente com medo de os diálogos serem chatos. Mas como você mesma disse, esse livro não é assim.
    Depois de algumas resenhas fiquei com vontade de lê-lo. Assim que der quero comprar.

    Beijos
    O Outro Lado da Raposa

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  4. Oi Camilla!
    Gostei de saber que os personagens têm atitude e que a narrativa tem um ritmo bacana!
    Estou curiosa pra ler romances de época, então é interessante saber mais sobre.
    Beijos,

    Priscilla
    http://infinitasvidas.wordpress.com

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  5. que capa meiga. Amei e ainda nao li nada desse tipo. Vou tentar uma hora dessas. bjux

    bea

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  6. Não sou acostumada a ler romances de época, teve um que eu li que achei mega chato... mas confio em você e vou tentar ler esse haha

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  7. Ah que bom que você gostou <3
    Pra mim já é difícil achar que alguém possa não gosta de romance de época. Mas fico muito contente em saber que agora você percebeu o quanto são maravilhosos ha, ha. E espero que não deixe de ler. Rum.

    E menina, ganhei este livro no sábado olha só, e agora que fiquei querendo ler mesmo, pena que tenho que estudar muito, mas assim que tiver um folguinha... é ele kkkk

    Inquietudes Secretas

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    1. Leia mesmo! E sim, vou começar a ler mais livros do gênero :)

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  8. Ahhh...ainda bem que vc deu uma chance e leu um romance de época, que bom que gostou!!!
    Eu to amando essa onda que está saindo um monte de romances assim...
    Acho uma delicia!!! As meninas são tao a frente do seu tempo e ao mesmo tempo nao deixam de ser delicadas e tal.
    Essa série é mtooo boa, mega recomendo, so nao ganha dos livros da Julia Quinn, que pra mim são os melhores.
    Arqueiro arrasa ne? É a minha editora preferida!
    Bjus

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    1. JUlia Quinn ainda quero ler também. Tem vários livros lançados no Brasil e ainda não li nenhum :(

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