Resenha: Montanha da Lua – Mari Scotti


Sinopse: Há séculos uma verdade acompanha cada herdeiro do ducado de Bousquet: A Maldição dos Hallinson’s. Conta-se que a tragédia os acompanha, levando à morte as esposas em seu primeiro ano de matrimônio. Geração após geração, aprendem sua sina e a regra a seguir para possuir uma união frutífera e longa. Octávio Hallinson Segundo sofre as consequências de não seguir estes ensinamentos. Viúvo, isolou-se da sociedade, fugindo da responsabilidade de casar-se novamente para providenciar um herdeiro para seu título. Um homem marcado pela dor. Mical Baudelaire Nashgan sempre foi uma mulher decidida, enfrentando as ordens de sua tia e negando-se a seguir o protocolo que obrigava mulheres a procurar maridos apenas por posse de títulos e dinheiro e não por amor. O posicionamento contraditório aos costumes afastou os candidatos, tornando-a uma das únicas solteironas que sua província conheceu. A mais bela dentre elas. Uma tragédia a coloca frente aos perigos da floresta aos pés da Montanha da Lua e seu futuro torna-se incerto e assustador.

Montanha da Lua é um romance de época, com boas pitadas de trechos hot, nacional, ambientado nas redondezas da Montanha da Lua, um lugar místico que guarda segredos, dor e beleza. A região é antiga e cheia de histórias, mas nenhuma se destaca tanto quanto a da Maldição dos Hallinson's. O livro físico pode ser adquirido, sob encomenda, diretamente com a Mari, através do e-mail (mari.scotti@hotmail.com) e, encontra-se disponível também no Wattpad.

Segundo a lenda, um herdeiro do ducado de Bousquet não pode viver feliz e formar uma família sem que a tragédia lhe tire o que mais ama. Até então, nenhum Hallinson pôde ser feliz com uma mulher por muito tempo, já que nenhuma delas consegue sobreviver a fatalidades, todas atribuídas a uma antiga maldição. Octavio Hallinson já sentiu na pele a dor da perda e jurou nunca mais cometer tal erro. Em seu refúgio solitário, nenhuma maldição poderia chegar, afinal, quantas mulheres se arriscariam a andar pelo bosque sabendo dos perigos existentes na Montanha da Lua? O problema é que Mical Baudelaire Nashgan não é uma mulher comum. Solteira em idade avançada para os padrões da época, ela sempre buscou a independência, ainda que precise responder à autoridade dos tios. Ela jurou nunca se casar sem amor, como tantas outras mulheres precisam fazer para sobreviverem à sociedade. Porém encontrar o amor não é nada fácil, ainda mais quando um homem enorme, desajeitado e, estranhamente solitário, pode não ser exatamente um príncipe encantado...

"Vi-me livre de tentativas matrimoniais apenas aos vinte e cinco anos, quando ela finalmente compreendeu que sem amor eu não me casaria.
Desconfio que a minha idade deselegante cooperou também." 

Basicamente, a trama aborda a descoberta do amor e suas limitações. Todos os personagens possuem uma história complicada relacionada ao amor, seja por sua falta, seja por seu despreparo. O fato é: você pode viver uma vida inteira procurando por amor, sem nunca encontrá-lo, mas se ele quiser lhe encontrar, não há refúgio sinistro no mundo que o impeça. Octavio e Mical não estavam preparados para o que quer que seu trágico encontro significasse, mas a partir daí, as consequências de seus atos foram surgindo. Dentre os tantos segredos e infortúnios do passado, os personagens não poderiam ser mais especiais, cada qual à sua maneira. Amargurado pelas tristezas da vida, seria compreensível ver um Octavio desiludido e desajeitado com mulheres, o que realmente acontece. Inevitavelmente, ele não consegue esconder sua verdadeira índole, ainda que se mantenha em seu casulo de grosseria e mau humor. No entanto, também acaba se mostrando um pouco covarde demais ao longo da história, escondendo-se de tudo e de todos, algo que não me agradou muito. Por outro lado, Mical consegue ser decidida e enérgica o suficiente pelos dois, o que a torna realmente a personagem forte inicialmente proposta. Achei bem interessante a personalidade de Mical, visto que ela consegue manter os dois lados, emoção e razão, com tanto equilíbrio, tomando decisões certas, ainda que dolorosas, nos momentos necessários. 

"A primeira lição que recebíamos: toda mulher que você amar, morrerá. Iniciando por sua mãe."

Há uma abordagem polêmica em determinado momento, digna de uma trama para adultos, mas que em nada abala o andamento e foco da mesma. Aliás, acho até que tal polêmica poderia ser mais evidenciada e trabalhada, algo que contribuiria com um drama necessário. Os personagens são bem construídos, embora lhes falte um pouco de aprofundamento, visto que pouco conhecemos os coadjuvantes que tanto acrescentam ao enredo. Familiares e amigos se mostram importantíssimos para o desenrolar da trama, a ponto de terem, na minha opinião, mais créditos pelos bons frutos do que os próprios protagonistas.

A narrativa se apresenta sob vários pontos de vista, dentre eles o de Mical e Octavio, de forma que toda a trama acaba sendo bem amarrada. Ao contrário do que possa aparentar a princípio, não se trata de uma trama sobrenatural, embora haja um certo misticismo como pressupõe a sinopse. Logo, a resposta humana frente aos infortúnios da vida é o que leva ao desenrolar da história, que pouco foge do esperado. É realmente interessante perceber, com olhos de leitor, o quanto as pessoas se afastam de seus desejos por causa de supostas forças ocultas, sendo que, o pior medo é justamente o de ser feliz. Finais felizes não caem do céu, nem descem montanhas... e, maldições também não se quebram sozinhas. Em Montanha da Lua, os personagens precisam aprender a quebrar os próprios dogmas para construirem a própria felicidade.

3 comentários:

  1. Adorei a resenha!! Adorei a crítica construtiva, amei tudo! Obrigada por ter lido e pelo apoio Camilla, espero conseguir desenrolar melhor tudo o que você pontuou. O Octávio me irrita também por ser tão covarde, mas adoro ele, não tem jeito kkkk.
    Beijão, Mari Scotti

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  2. ADOREI essa capa, está na listinha de livros que quero ler.
    Bjs
    http://eternamente-princesa.blogspot.com.br/

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