Resenha: Supernova – O Encantador de Flechas – Renan Carvalho


Imersa em uma ditadura implacável, a isolada cidade de Acigam sofre com a ameaça da guerra civil. De um lado, a Guilda, um grupo que utiliza os ensinamentos da Ciência das Energias para exigir direitos para a população. Do outro, um governo tirano, resguardado por soldados especialistas em aniquilar magos — nome vulgar dado aos praticantes da tal ciência. No meio desse conflito vive Leran, que, após ser tragado para a rebelião, tenta aprender mais sobre sua misteriosa habilidade de encantar objetos com a energia dos elementos. Com uma narrativa envolvente e reviravoltas incríveis, Supernova: O Encantador de Flechas é um livro que vai arrebatar os fãs de fantasia.

Supernova – O Encantador de Flechas é um romance fantástico nacional escrito pelo Renan Carvalho e lançado pelo selo Novas Páginas, da Novo Conceito. O enredo aborda a temática da magia em um mundo aparentemente distópico, onde certas habilidades são causa de perseguição e desaparecimentos.

O lugar é Acigam, cidade cujo contato com o exterior é proibido, onde aqueles que trabalham para o governo estão dispostos a impedir qualquer tipo de propagação/conhecimento/aperfeiçoamento das habilidades mágicas. A magia em questão é nata apenas para alguns cidadãos e, portanto, motivo de perseguição e assassinatos cruéis. Aqueles que não possuem tais habilidades temem a quem as possui, bem como o próprio governo, cuja tirania não permite qualquer aceitação de cidadãos nascidos com essas características.

Após uma reação no centro de um dos astros, ocorreram explosões que despedaçaram o corpo celeste, criando uma massa gigantesca de enregia que se espalhou por todo o universo, inclusive invadiu o domínio das outras duas fontes de energia poderosas (…) Ao fim do processo, três ondas potentes flutuavam pelo limbo, espalhando destruição por todo o raio no qual viajavam. Tudo foi varrido. Restou o completo vazio. O fenômeno foi nomeado como Supernova.”

A história é narrada sob os pontos de vista de dois personagens: Leran e Judra. Leran é um jovem quase normal que frequenta a escola e está prestes a terminá-la. Ele é um ótimo arqueiro, algo que lhe rende um importante convite para ser parte das tropas oficiais. Entretanto, o que ele mais preza são as aulas secretas com seu avô, onde aprende a manipular uma ciência bem interessante... Judra, por outro lado, é uma garota misteriosa que surge no caminho de Leran. Em pouco tempo, a afinidade entre os dois é inegável, possibilitando uma amizade e, até mesmo, algo mais. O problema é que as perseguições dos misteriosos magos (manipuladores de energia) estão a cada dia mais perto de casa e ninguém está a salvo. Em pouco tempo, os personagens estão mergulhados em uma trama frenética, com direito a muitas explosões de energia e perdas irreparáveis.

Basicamente, a história se apresenta com muita ação. A todo tempo os personagens estão em busca de algo, lutando e descobrindo novas pistas sobre os mistérios que regem as atitudes do governo e dos terríveis seres encapuzados que fazem todo o trabalho sujo, os silenciadores. Tranquilidade é uma palavra que desaparece do vocabulário de Leran e sua família assim que descobrem que suas habilidades estão além do comum. Por se tratar de uma sociedade controlada por tiranos, muito se fala sobre liberdade e medo, mistura perfeita para um enredo de sucesso, que somado a personagens fortes e um pouco de fantasia tornam a trama irresistível.

A escrita de Renan Carvalho é ágil, mas nada rasa, o que confere à narrativa um ritmo acelerado sem deixar pontas soltas. A diagramação está ótima e um destaque interessante são as ilustrações no decorrer das páginas – que além de lindas ajudam a colorir a imaginação do leitor. Por se tratar de uma série, e este ser apenas o primeiro volume, é impossível imaginar o quanto ainda se pode descobrir a respeito de Acigam e sua magia, porém não há necessidade de desespero, já que a etapa narrada no livro é devidamente concluída, deixando-nos aptos a aguardar pelo próximo ansiosamente, mas com todas as flechas nas aljavas.

Meu avô dizia que os melhores encantadores são aqueles que dominam seus sentimentos por completo, controlando todos os tipos de energia.”

Talvez precisemos morrer para acalmarmos nossos anseios por vingança, para que se traga paz às nossas almas perturbadas por um passado tão difícil.”

A história continua em Supernova: A Estrela dos Mortos.

1 comentários:

  1. Tive oportunidade de ler esse livro na ediçao de outra editora e gostei muito das ilustraçoes. Vale a pena ler por causa do tema e ser brasileiro. Quero comprar um nessa ediçao com certeza.

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