Resenha: Rico e Joana em O Pirulito Assassino – Maria Izabel Gomes Silva




Ronald Coquinho é um carismático e ingênuo empresário, dono da maior fábrica de rapaduras do estado do Será, que vive na pacata capital Quibeleza com a sua amada esposa Maroca, um casal de filhos e o seu fiel mordomo, Alberto. Porém, sua tranquila rotina de vida é interrompida quando um terrível assassinato ocorre em seu escritório. O perspicaz e encantador detetive Rico Dantas e o experiente delegado Freitas Júnior são chamados para resolver o difícil caso. Logo, os investigadores descobrem que o assassino usa um estranho disfarce de palhaço e uma atípica arma para eliminar suas vítimas, um enorme pirulito de rapadura. Em uma das visitas à casa de Ronald, o detetive Rico conhece a sua filha primogênita, a bela e destemida Joana que, apaixonada por aventuras policiais, se aproxima do detetive e passa a se envolver cada vez mais com as investigações sobre o caso do pirulito assassino.


Com um título divertido e um enredo, no mínimo, interessante, Rico e Joana em O Pirulito Assassino é o típico livro que surpreende, por várias razões. O livro é um exemplar nacional, gentilmente cedido ao blog, em parceria com a autora Maria Izabel Gomes Silva, e publicado pela editora Isis.

Basicamente, o livro é narrado em terceira pessoa de forma bem diferente. O narrador utiliza uma linguagem muito interessante ao se dirigir ao leitor com expressões como caro leitor. Como todo romance policial, ação e mistério não deixam a desejar. Enquanto o leitor se pergunta quem poderia ser o bizarro assassino, inúmeras situações cômicas se desenrolam com os personagens. Para quem já ouviu a frase só não é mais burro por falta de espaço, vai encontrar diversos trechos que o farão pensar no quão caricatos e divertidos são os personagens. A cacofonia proposital, muito utilizada pela autora, também soa divertida. É o caso da fábrica de rapaduras chamada Las Cadentes. Sugestivo, não?


- A sua primogênita completou mais um ano de vida e de muito sucesso!

- Meu amigo Juliano, eu agradeço pelos parabéns, mas tenho que lhe dizer que prima é um parentesco muito distante. Eu costumo chamar a “Las Cadentes” de minha primeira filha mesmo. Porque é assim que eu considero minha empresa, como uma filha!

O jovem detetive Rico vive para o trabalho, se utilizando de todo e qualquer meio para desvendar o máximo do que puder a respeito do mistério dos assassinatos. Ao mesmo tempo, ele é um grande trapalhão, mesmo usando os disfarces mais perfeitos. Joana é uma aspirante a detetive e, apesar de ser filha de uma possível vítima do assassino, pretende descobrir o quanto antes quem é a pessoa por trás da fantasia ridícula de palhaço. Juntos, os dois se envolvem em situações bem perigosas e só conseguem se livrar porque a maioria dos malfeitores da história é ainda mais atrapalhada que a dupla.


- Eu confio em você, detetive! Sei que vai conseguir desarmar essa bomba, afinal, essa é a sua chance de fazer valer aquele curso de desarmamento de bombas que realizou fora do estado.

- É bem verdade que eu faltei à metade das aulas daquele curso, delegado, porque fiquei doente na época – disse Rico, já começando a abrir a bomba. - Mas não se preocupe, porque fiz outro curso logo em seguida, por correspondência.”

O desenrolar da história é bem interessante e, apesar do humor utilizado até mesmo nos diálogos, que “viajam na maionese”, não é cansativo, por mais longo que seja. Tive um palpite sobre quem seria o assassino, logo no início da leitura, mas estava totalmente enganada, pois a pessoa e seus motivos, é alguém bem inesperado. A todo momento, novas pistas são colocadas à prova, mas nada do que acontece em seguida é previsível, especialmente as ideias, brilhantemente bizarras, de Rico.


- E então, o que achou? - perguntou ela.

- O prato principal estava ótimo, mas aquelas entradas estavam um pouco salgadas demais para o meu gosto – respondeu Rico, um tanto distraído.

- Ora, detetive! Não estou falando da comida.


Após a apreensão de tantas características interessantes da linguagem, distribuídas por toda a leitura, no final, uma surpresinha da autora dá nome até ao, aparentemente, onipresente narrador. Vale a pena conferir tantos pontos marcantes em apenas um livro. Posso estar errada, mas este seria ótimo livro a ser indicado a alunos do ensino fundamental nas escolas, despertando uma boa leitura crítica e, ainda, divertida.


Leitura mais do que recomendada àqueles que gostam de diversão e mistério sem a seriedade e o peso que vêm com a maioria das histórias do tipo.



Conheça a autora:

Maria Izabel Gomes Silva nasceu na cidade de Campina Grande- PB. Morou em Cabedelo desde os 2 anos de idade e retornou para sua cidade natal para graduar-se em Farmácia pela Universidade Estadual da Paraíba, onde também fez habilitação em análises clínicas.

Em 2000, foi morar na cidade de Fortaleza-CE, onde realizou especialização em Microbiologia e Parasitologia, Mestrado em Ciências Farmacêuticas e doutorado em Farmacologia pela Universidade Federal do Ceará. Atualmente é docente da Faculdade Grande Fortaleza e pesquisadora pós-doutoranda da Universidade Federal do Ceará, na cidade de Fortaleza, onde reside com seu esposo e filho. Possui vários trabalhos científicos (incluindo artigos e capítulo de livro) publicados em periódicos nacionais e internacionais. No entanto, escreve também sobre variados temas de ficção, incluindo os volumes da série policial "Rico e Joana".

1 comentários:

  1. Oi Camilla!!!
    Adoro livros que tenha detetives envolvidos hahaha
    Tenho visto muitas críticas positivas, desejando muito ;)
    Beijos!
    aculpaedosleitores.blogspot.com.br

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