SSMovie: Agora e Para Sempre (Now is Good)



Começar dizendo que o filme é maravilhoso é um exagero. Dramas sobre câncer nunca são maravilhosos. São chocantes, dolorosos e te fazem chorar de raiva. Livros sobre câncer são um sucesso e nem por isso são um sonho. O Mal do Século não é poético, não faz as pessoas encontrarem a felicidade e não é tão bonito de se ver. Unir doença e arte é transformar dor em poesia, tristeza em redenção e, pouco tempo em uma vida inteira. Acho que é golpe baixo. Não tem como não sentir. Impossível não se emocionar.
Tessa é uma menina de 16 anos que tem uma doença incurável. Diante de seu imutável destino, ela organiza uma lista com o que gostaria de fazer antes de sua morte e parte em busca de realizá-la: se apaixonar, ter a primeira relação sexual, dirigir escondida, roubar coisas numa loja... viver o tempo que resta. Um tema doloroso, passado com leveza e doçura, em um texto verdadeiro e tocante, sem ser piegas.



Now is Good é a adaptação de um livro da Jenny Downham, chamado Before I Die, publicado pela Agir sob o título Antes de Morrer. Li o livro há uns dois anos e confesso que a dureza e falta de emoção que vi no livro não me tocaram tanto. Não enquanto eu lia. Nem sabia que haveria uma adaptação e só descobri isso há pouco tempo, ao decidir ler a sinopse de Now is Good. Com a mudança de título, só fui me familiarizar com a história ao associar os nomes dos personagens com a situação.
O filme é quase fiel ao livro. Dakota Fanning interpreta Tessa, dando vida e suavidade à personagem sinistra que conheci no livro. Jeremy Irvine (sim, nosso Daniel Grigori, de Fallen) é Adam, o garoto sem graça (no livro) que transforma o fim da vida de Tessa no início de outra. Ao contrário do que costumo ver nos livros, neste não há poesia, apenas uma pessoa jovem demais narrando seus últimos dias. É a sua visão, sem floreios, mas com uma boa surpresa. O filme é mais bonito, mais doce. Dakota é a imagem perfeita da esquisitice e beleza que queremos em um personagem. Jeremy é tão bonito e “fofo” que fica difícil não querer abraçá-lo. A história não vai além, não inventa muito, mas sugere o bastante.

As cenas estão cheias de significado. Cheias do misto de beleza e dor. Cheias da necessidade que temos de viver e amar mais, porque nunca é o bastante. A morte é um futuro comum a todos nós, mas ter uma doença incurável é como esperar por um tiro. Não é um talvez. Pelo menos não para alguém convicto de que não há nada mais a se fazer. Now is Good é um conjunto de cenários lindos e isolados da Inglaterra, um enredo dramático e personagens aprendendo a viver. O medo de ser esquecido, de perder as melhores coisas, de partir e se arrepender de algo que não fez, é tudo o que move Tessa ao seu futuro. Uma boa lição.
Agora e Para Sempre cumpre seu papel de filme sobre câncer. É tocante, real e, quase bom demais para ser verdade. Só não é mais verdadeiro porque algumas pessoas não querem o amor num momento como esse, preferindo o fim sem floreios, sem poesia. Acho que para nós, leitores, está bem claro o que preferimos, não?

- Vou voltar como outra pessoa. Vou ser a garota de cabelos selvagens que te encontrará um dia e perguntará o que você está estudando.
- Vai ser amor à primeira vista. De novo.

(...)A vida é feita de uma série de instantes, cada um deles uma viagem rumo ao fim.

Desapegue-se.

2 comentários:

  1. Acho que livro/filmes com pessoas prestes a morrer sempre são parecidos. Me lembrei de A Culpa é das Estrelas lendo esse post. :p
    É uma pena quando um filme é melhor que o livro, o livro tem tudo para mostrar a dor, a perfeição, o tudo e acaba que não é feito da maneira que passe isto para o leitor.
    Sempre quando vejo ao com este assunto fico péssima. :p
    Apesar disso, não tenho interesse em assistir ao filme. Tenho uma implicância com a Dakota que nossa... ushasuasuuash
    Beijos!

    http://www.livrinhoseeu.com/

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  2. Parece ser uma mistura de A culpa é das estrelas e de Um amor para recordar. Fiquei com bastante vontade de ver. :q :a

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