Imagine que você descobre que seu pai é um rei. Isso mesmo, um rei de verdade em um país no sudeste da Europa. E o rei quer levá-la com ele para assumir seu verdadeiro lugar de herdeira e futura rainha… Foi o que aconteceu com Ana. Pega de surpresa pela informação de sua origem real, Ana agora vai ter que decidir entre ficar no Brasil ou mudar-se para Krósvia e viver em um país distante tendo como companhia somente o pai, os criados e o insuportável Alex. Mudar-se para Krósvia pode ser tentador — deve ser ótimo viver em um lugar como aquele e, quem sabe, vir a tornar-se rainha —, mas ela sabe que não pode contar com o pai o tempo todo, afinal ele é um rei bastante ocupado. E sabe também que Alex, o rapaz que é praticamente seu tutor em Krósvia, não fará nenhuma gentileza para que ela se sinta melhor naquele país estrangeiro. A não ser… A não ser que Alex não seja esta pessoa tão irascível e que príncipes encantados existam. Simplesmente Ana é assim: um livro divertido, capaz de nos fazer sonhar, mas que — ao mesmo tempo — nos lembra das provas que temos que passar para chegar à vida adulta.
De autoria nacional,
Simplesmente Ana, publicado pela Novo Conceito, é um delicioso conto
de fadas contemporâneo e, sem fadas. Apesar da semelhança com o
americano O Diário da princesa, da Meg Cabot, o espírito
provinciano dos mineirinhos se mostra muito bem descrito em
Simplesmente Ana. Tal nacionalização, ainda que boa parte da
história se passe num país fictício, acaba aproximando o leitor
brasileiro àquela realidade, que, afinal de contas, não pode ser,
assim, tão distante.
Bem,
vamos por partes. O que falar dos personagens? Ana Carina, ou
simplesmente, Ana, é mineira de Belo Horizonte, cursa a faculdade de
Direito e é filha de uma dona de buffet. Ela é completamente
normal, levando uma vida tranquila em meio à confusão belorizontina
e muito pão de queijo. Tudo se transforma quando conhece o pai, do
qual jamais ouvira falar, que se mostra ansioso por conhecê-la e
que, por ventura, também é o rei de um país distante.
Imediatamente, ela é arremessada em um mundo simples, mas ao mesmo
tempo, oposto ao seu. Sob os holofotes que só uma verdadeira
princesa conhece, ela até que sabe lidar muito bem com os
imprevistos. Por quase todo o livro, Ana se mostra uma personagem
bastante madura e pé no chão.
Alexander,
ou simplesmente, Alex, é o maravilhoso enteado de seu pai. Apesar da
notável beleza, o rapaz se mostra um pouco grosso e desconfiado,
trazendo momentos de ódio na vida de Ana, mas nada que o convívio
não possa modificar. Outros personagens também dão vida às
relações familiares e afetivas, que se mostram muito mais simples
do que se imagina.
A
trama não possui grandes emoções e surpresas. Tudo é muito bem
escrito, desde os ditados típicos do jovem brasileiro, até suas
atitudes, afinal, de que adianta fantasiar uma história se vai
esquecer da realidade que a mesma também pretende abordar. Marina
soube trabalhar bem esta parte. Senti
falta de um pouco de ação e de um grande vilão, embora entenda que
a premissa da história não seja essa. O romance é muito leve, mas
na medida certa, bem como as consequências do mesmo, naturais e
realistas.
Apesar
da óbvia comparação que acabamos fazendo com O Diário da
Princesa, gostei e dei boas risadas com alguns trechos, nos quais
identifiquei alusões a outros sucessos, inclusive filmes e séries.
Fã dos filmes adolescentes da Hilary Duff, encontrar um trechinho ao estilo de A Nova Cinderela é ainda mais legal do que reconhecer
personagens de séries famosas, sem retirar o mérito destas, claro.
Em
suma, é um livro bastante agradável, especialmente para o público
feminino de qualquer idade. Trata-se de uma leitura rápida e tranquila. Transcrevo, a seguir, alguns trechinhos que achei
interessantes para ilustrar a resenha.
Quando ele me contou tudo isso, comecei a rir. Fiquei me lembrando de um livro que li sobre uma princesa americana recém-descoberta. Eu estava vivendo algo bem parecido, com a exceção dos cabelos indomáveis. Isso eu não tenho, graças a Deus.
Nós, garotas, somos muito suscetíveis à beleza. Gostamos de sapatos por serem belos, minha gente!
Não sei por que, mas é incrível como brasileiro tem fama ruim. Vira e mexe alguém dá a entender que somos todos depravados, liberais e sem censura (…) Nós nem fazemos topless com tanta frequência quanto as europeias, que são bem mais liberais do que nós em muitos aspectos. Dá uma raiva!
Adorei! Ficou ótima a resenha. ;)
ResponderExcluirParabéns!
Grande beijo,
Marina Carvalho
òtima resenha eu li e amei o livro, me prendeu totalmente a história e fez o meu domingo feliz
ResponderExcluirBeijokas, Brubs
Livros de Cabeceira
@IWannaRuffles