Resenha: A 5ª Onda, de Rick Yancey



Depois da primeira onda, só restou a escuridão. Depois da segunda onda, somente os que tiveram sorte sobreviveram. Depois da terceira onda, somente os que não tiveram sorte sobreviveram. Depois da quarta onda, só há uma regra: não confie em ninguém. Agora inicia-se A QUINTA ONDA. No alvorecer da quinta onda, em um trecho isolado da rodovia, Cassie foge deles. Os seres que parecem humanos, que andam pelo campo matando qualquer um. Que dispersaram os últimos sobreviventes da Terra. Cassie acredita que, estar sozinho é estar vivo, até que conhece Evan Walker. Sedutor e misterioso, Evan Walker pode ser a única esperança de Cassie para resgatar seu irmão — ou até a si mesma. Mas Cassie deve escolher entre a esperança e o desespero, entre a rebeldia e a entrega, entre a vida e a morte. Entre desistir ou contra atacar.”


O que dizer de um livro quando este agrega todos os ingredientes que mais te atraem em uma trama? A 5ª Onda já é uma das melhores distopias que já li, por isso estou um pouco chateada por saber que o próximo volume da trilogia (sim, é uma trilogia) ainda nem foi intitulado. Felizmente, parece que a editora Fundamento está bastante otimista com a trilogia, o que me faz pensar que, assim que publicado por lá, teremos boas notícias por aqui.

A história é abordada do ponto de vista de vários personagens, mas o foco está em Cassie. Não Cassie, de Cassandra, mas Cassie, de Cassiopeia. Além do nome incomum, a garota também vive algo bastante inesperado: ela sobrevive, enquanto 97% dos seres humanos perecem. Alienígenas feios e malvados são alvo de piadas durante boa parte do livro, já que os mesmos são, praticamente, invisíveis. Quando chegaram, tudo o que fizeram foi deixar a Nave Mãe parada, em um ponto estrategicamente visível a todos, sem contato ou qualquer tipo de sinal. Bem, isto antes de as luzes, e toda tecnologia da Terra, se apagarem.

Depois da escuridão, os moradores das áreas litorâneas se foram com os grandes tsunamis que se formaram e varreram cidades, estados e países inteiros. A população interiorana levou a melhor e sobreviveu, até que os seres humanos fizeram o que fazem melhor: destruiram e mataram uns aos outros. Tudo bem, os mais espertos se mantiveram seguros em casa, com tábuas presas às janelas e portas, impedindo a entrada dos loucos e saqueadores. Mas então, veio a peste. A doença só perdoou os raros casos de imunidade. Três desses raros casos, são os membros da família Sullivan: Cassie, seu irmão, Sammy e seu pai.

Em algum momento, ficar em casa não os deixaria a salvo, por isso a família sai, em busca de refúgio. Não há como saber do que a 4ª Onda é capaz, por isso é mais fácil não confiar em ninguém. Infelizmente, não há como planejar qualquer fuga quando o inimigo é quem menos se espera. Logo, Cassie está sozinha, escondida na escuridão da floresta, tendo quase certeza de que é o último ser humano na Terra. Daí em diante, é matar antes e perguntar depois. Qualquer pessoa é suspeita. Mesmo o encantador Evan Walker, que depois de salvar sua vida, ainda parece querer estar com ela, enquanto tudo o que a garota quer é continuar viva e sozinha, morrer e estar com ele.

Como já disse, o livro contém boa parte do ponto de vista de outros personagens, o que poderia prejudicar o andamento da história, considerando que o mistério seria desvendado. Nada disso! Tais pontos de vista só acrescentam à trama mais lenha, tornando todo o suspense que gira em torno dos aliens, ainda mais evidente. O leitor também não consegue confiar em ninguém e, a cada página, um novo questionamento se faz, de forma que a única conclusão plausível é a de que nada/ninguém é o que parece.

Sinto muito se falei muito da história, mas acredite, não há nenhum spoiler. Surpresas e mais surpresas se desenrolam a cada capítulo, fazendo-me acreditar no brilhantismo desse autor de quem nunca ouvira falar, mas que já é um de meus favoritos. A capa e sobrecapa do livro estão impecáveis e, ao contrário das atuais publicações, a sinopse fala muito pouco a respeito e, ao mesmo tempo, o bastante para aguçar a curiosidade de qualquer amante de ficção alienígena.

Separei alguns quotes que achei interessantes para “ilustrar” a ideia do livro. O primeiro é um dos mais assustadores para mim. Alguém já assistiu ao filme Contatos Imediatos de 4º Grau? Se sim, deve se lembrar o quão assustadora pode ser uma coruja...


Em seu sonho, uma grande coruja empoleirou-se no parapeito de sua janela e observou-a através do vidro com os olhos enormes rodeados de branco.

-... Receio que podemos esperar algo mais próximo à chegada de Cristovão Colombo às Américas do que uma cena do Contatos Imediatos do 3º Grau, e todos sabemos o que isso causou para os americanos nativos.


- Eu sou um tubarão... um tubarão que sonhou ser um homem.

4 comentários:

  1. Premissa muito boa!! Gostei!!
    O trabalho gráfico da editora é bom mesmo.

    Adorei a resenha, dá pra imaginar o que esperar d livro!!

    Bjkas

    Lelê Tapias
    http://topensandoemler.blogspot.com.br

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  2. Ah, quando se trata de distopia, tem mesmo muito a falar sem dar sopiler, porque são várias coisas/acontecimentos que motivam tudo.
    Eu adoro livros com vários narradores, gosto de ver várias as várias versões para uma mesma situação ou histórias paralelas.

    Já tinha ouvido falar do livro, mas só o nome e algumas pessoas empolgadas, mas não sabia do que a história se tratava. Adorei - e eu adoro distopias! - então, desejo desde já ;)

    Beijos!

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  3. gostei muito mais o livro acabou como se não tive-se acabado, vai ter 2ª parte?

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  4. Eu já vi comentários muito bons sobre A 5ª Onda e sempre fico com muita vontade de lê-lo. Para falar a verdade, eu nunca li uma distopia (provavelmente a única pessoa na Terra :i ). Espero, quem sabe, um dia poder lê-lo. Abraços.

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