Resenha: A Corrida de Escorpião, de Meggie Stiefvater



Descobri A Corrida de Escorpião por acaso, enquanto fazia hora em uma livraria. Achei a capa bonita, mas só li a contracapa quando vi que era da Maggie Stiefvater, autora da série Calafrio – Os Lobos de Mercy Falls (Shiver). Conhecendo a escrita da autora, eu tive certeza de que era um livro que valeria a pena e não me decepcionei. Publicado no Brasil pela editora Verus e com uma magia singular, o livro é realmente marcante.

Algumas corridas são feitas para vencer. Outras, para sobreviver. A cada novembro, os cavalos d’água emergem do oceano e galopam na areia sob os penhascos de Thisby. E, a cada novembro, os homens capturam esses cavalos para uma corrida eletrizante e mortal. Alguns cavaleiros sobrevivem. Outros, não.
Aos 19 anos, Sean Kendrick já foi quatro vezes campeão. Ele é um jovem de poucas palavras e, se tem medos, guarda-os bem escondidos, onde ninguém possa vê-los. Puck Connolly é uma novata nas Corridas de Escorpião. Ela nunca quis participar da competição, mas o destino não lhe deu muita escolha.
Sean e Puck vão competir neste ano, e ambos têm mais a ganhar – ou a perder – do que jamais pensaram. Mas apenas um deles pode vencer.
Em A Corrida de Escorpião, Maggie Stiefvater nos leva até o limite, em que o amor e a vida encontram seus maiores obstáculos e apenas os fortes de coração podem sobreviver. A Corrida de Escorpião é uma leitura inesquecível.


A história conta com um enredo simples, mas cheio de significados. Thisby é o típico lugar de onde muitos saem para jamais voltar. É afastado o suficiente do continente, embora receba muitos turistas em busca da emoção das corridas. O que destaca e singulariza o lugar é a presença dos animais fantásticos que aparecem em uma época do ano, vindos do mar. Os cavalos d'água, ou capaill uisce, são grandes, velozes e carnívoros. Em outras palavras, fatais. Há toda uma magia não discutida no livro, mas inegavelmente, presente, que torna a história tão atraente e bonita.

Os personagens humanos são agradáveis até mesmo com suas imperfeições. A história é contada em primeira pessoa sob o ponto de vista de duas pessoas, Sean e Puck. Consegui acompanhar, perfeitamente, a mente de Sean, que no início parece transbordar frieza. Puck é mais doce e parecida com a garota corajosa que temos em algum lugar dentro de nós. Ela sofre, mas tem foco, o que a leva à frente, ao invés de lamentar suas perdas. Ao contrário de Sean, que não tem ninguém, Puck tem dois irmãos, por quem daria a vida, Gabe e Finn. Apesar de certas decisões, é muito fácil compreender as falhas cometidas por eles. Gostei muito do Finn, que tem bastante espaço na trama e é quase uma caricatura de um certo (e único!) irmão que tenho.

O fato é que Sean está acostumado às corridas, que já ganhou várias vezes, inclusive, mas desta vez, é diferente. Ele tem um motivo forte para ganhar, podendo mudar toda a sua vida daquele dia em diante. Puck jamais imaginou que entraria para o mundo das corridas, pois tem motivos pessoais para se manter afastada dos cavalos d'água e de tudo o que lhes rodeia. O problema é que seu chão foi abalado após duas notícias bombásticas, levando-a a crer que sua única saída é ganhar a corrida. Não espere por um romance mágico e arrebatador, mas um amor simples e crescente entre duas pessoas que se cruzam por motivos semelhantes e, ao mesmo tempo, muito diferentes.

Como uma admiradora de cavalos, fiquei chocada demais com as características desses cavalos sanguinários da história, mas também encantada com a originalidade pela qual foram criados. Corr, o cavalo d'água do patrão de Sean é, simplesmente, incrível e eu consegui imaginá-lo correndo pela praia, perfeitamente. Por falar em imaginação, achei que o livro conta com um apelo muito forte ao visual, não daquela forma chata e redundante que alguns autores utilizam para descrever até a marca e numeração da roupa íntima que o personagem está usando, mas por descrever, cuidadosamente, o todo. Sabe aquela cena de um filme, onde o protagonista anda por um local aberto e cercado por uma multidão e você consegue ouvir o que as pessoas estão falando, aquele burburinho? Então, ouvi até os burburinhos. 
O final é compreensível, embora você acabe desejando mais detalhes ou um milagre, mas o último capítulo confirma o que todas as páginas anteriores tentaram mostrar a respeito de Corr. Achei quase perfeito. Preciso dizer mais?

2 comentários:

  1. Olá!
    É minha primeira vez aqui e já me deparo com a resenha de um livro que quero muito ler! Ficarei antenado nas suas novidades, mas por enquanto já estou seguindo!
    Venha visitar meu blog também! :)
    Beijo,
    Vinícius - Livros e Rabiscos

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  2. Puxa, fiquei bem interessada no livro. Sua resenha foi incrível e soube discorrer sobre a história de forma bem instigante.
    E sim a capa é maravilhosa.
    Beijo

    Baiana Literal | http://tharcilalima.blogspot.com.br/

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