Gosto muito de histórias distópicas,
muito mesmo. É sempre bom aprender algo com um livro e os distópicos
são mestres em lhe mostrar um ponto de vista que toca. Carrie Ryan
fala de um mundo horrível e sem esperança, no qual as pessoas estão
sujeitas a uma vida limitada e incerta. Não há nada de novo, nada
que centenas de filmes ainda não tenham abordado, mas a leitura é
pesada e impactante de forma que nenhum filme seria. Confesso que
custei a entender do quê realmente se tratava a história e quando
percebi já estava vidrada demais para desistir.
Mary vive em um vilarejo rodeado por
cercas que, a princípio, podem parecer apenas limites para uma
sociedade comandada por uma Irmandade, que considera respostas e
castigos Superiores os fatos inexplicados. Mary perdeu o pai para os
Esconjurados, seres que perambulam pela Floresta de Mãos e Dentes e
circundam a vila à espera de comida. Tudo se complica quando sua mãe
também se perde para os Esconjurados. Seu irmão aguarda o
nascimento de seu primeiro filho e, assim, Mary se vê sozinha num
mundo bastante cruel. Agora, ela precisa aceitar um compromisso com
um de seus melhores amigos, Harry, apesar de ser apaixonada pelo
irmão do mesmo, Travis, que também está comprometido com a melhor
amiga, Cass. Seu sonho é chegar ao oceano, que está além da
floresta e, tecnicamente, impossível de se atravessar. Ela acaba
aceitando o que as regras da sociedade lhe impõem, mas algo dá
errado e os Esconjurados invadem a vila, destruindo e matando sem que
as pessoas tenham chance de escapar. Mas Mary, seus amigos, noivo,
irmão e cunhada conseguem escapar e seguir por uma trilha, ainda
segura, em direção a qualquer lugar resistente. No caminho,
difíceis decisões são tomadas. A descoberta de uma verdade muito
maior do que aquela contada pela Irmandade traz à tona uma nova dor,
mas também uma nova forma de olhar o mundo.
Acho muito difícil escrever sobre
esse livro. Deixo, nas entrelinhas, a razão de toda a tensão da
história. Não se trata de aventura, suspense ou romance, mas de uma
ficção que verte ao psicológico de forma certeira. Não devo dizer
muito por medo de soltar spoilers, mas
se posso adiantar algo, digo que não há nada bizarro ou cômico
nesta história. Não é nada como nos filmes afins. É maior, da
melhor e, também pior forma possível.
Parabéns pela resenha! Eu estava com dúvidas se iria gostar desse livro, e fui empurrando ele pro fim da minha lista. Mas agora tenho certeza, preciso lê-lo urgentemente!
ResponderExcluirUau não conhecia mas gostei bastante pelo pouco que li, mas não sei parece ser uma história pesada e não se eu teria estômago para ler agora, quem sabe mais para frente =)
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