Caminhos de Sangue, Moira Young



Se tem uma coisa que aguça a imaginação são as narrativas de mundos pós-apocalípticos, por várias razões, desde o modo de sobrevivência quase sem recursos até a descrição do espaço. Isto porque, enquanto leio, um filme com um visual incrível roda em minha cabeça. Caminhos de Sangue é isso: boa descrição do ambiente e um tema em alta.


Saba e Lugh são gêmeos e vivem num mundo arruinado e miserável. Eles tentam sobreviver numa terra infértil com pouquíssimos recursos, enquanto seu pai, que desde a morte da esposa perdeu toda vontade de viver, decide que ler as estrelas é mais importante do que dar atenção aos filhos. A mãe faleceu após dar à luz uma menina chamada Emmi, que é bastante rejeitada pela irmã. Em um horroroso dia, uma tempestade de areia traz sinistros visitantes que sequestram Lugh e... cometem uma outra atrocidade. O fato é que Saba, que sempre viveu como a sombra do irmão, precisa dele para viver. Ao menos é o que ela pensa. Assim, a garota parte em uma missão complicada e quase impossível: encontrar o irmão vivo. Acaba vivendo situações horríveis ao lado de Emmi, a quem acaba levando a tira-colo, meio que literalmente. No caminho, elas encontram um grupo bastante peculiar de garotas guerreiras e um carinha, aparentemente suspeito, porém encantador, chamado Jack. A procura por Lugh é longa, desgastante, perigosa e deixa cicatrizes inesquecíveis. Saba, que sempre culpou a irmã pela morte da mãe e não tem a menor paciência com a pequena, precisa aprender a reconhecer seu papel como irmã e, no momento, guardiã. Emmi é uma pestinha meio chata e teimosa, mas nada que a torne tão odiável. O relacionamento das irmãs é um dos pontos mais fortes do livro, eu acho. Foi legal ver a evolução de ambas. Já o Lugh, bem... meio que "parece bom demais para ser verdade". Jack sempre parece esconder algo, mas seu carisma acaba sendo um destaque maior, então, continuo sem saber o que pensar.
O final não é dos mais fortes. Você pode até chamá-lo de clichê, pois é. Mesmo assim é bom, não deixa pontas. Fica claro que existe mais a se falar e conhecer, mas se não houver continuação você se dá por satisfeito, tranquilamente. Gostei da aventura, do motivo pelo qual Saba entrou com tudo na missão e dos ambientes descritos. Não gostei da causa do sequestro de Lugh, achei vazia e boba, mas quem sabe a Moira não explica isso melhor e torna mais convincente na continuação, não é? Rebel Heart, a sequência, parece trazer novos e complexos fatos à série, o chato é ter que esperar o lançamento...

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