Resenha: Série Halo – Halo, Hades e Heaven, da Alexandra Adornetto

 

 

Agora que terminei de ler Heaven, decidi fazer uma resenha sobre os três livros, já que ainda não tinha feito de nenhum. A história é sobre anjos, como as capas já sugerem, mas não sobre mitologia angélica em si, e sim, a vida de anjos na Terra. É uma série fofinha, quase leve demais para se levar a sério, mas ao mesmo tempo, curiosa.

Gabriel, Ivy e Bethany são anjos que acabam de descer à Terra para ajudar os seres humanos com os problemas demoníacos que insistem em surgir. Sua missão é se estabelecer na Terra como humanos comuns, enquanto salvam e mudam vidas ao seu redor. Os três anjos devem viver como irmãos e agir normalmente, o que faz com que Bethany, de aparência muito jovem, frequente a escola, enquanto seu irmão leciona.

Ao contrário dos irmãos experientes, Beth, como é chamada, nunca esteve fora do Céu e tem dificuldades em se misturar aos colegas. Pura, meiga e assustada demais, Beth acaba despertando a atenção de Xavier, um garoto lindo da escola. Quase instantaneamente, o garoto se torna protetor e devotado de uma forma que só os anjos entenderiam. O que surge é óbvio, a anjinha se apaixona pelo humano e dos dois vivem os dilemas do amor proibido.

A partir de agora, os spoilers são inevitáveis, então se quiser parar por aqui caso não tenha lido nenhum dos livros, fique à vontade.

O amor entre Beth e Xavier é tão avassalador que ela não consegue esconder sua verdadeira natureza. Por mais bizarro que seja, Xavier se mantém a seu lado e decide que vai lutar pelo seu amor. Tudo seria uma maravilha se Bethany não estivesse tão errada quanto ao que deveria ou não fazer na Terra. Logo, o casal desperta a atenção de seres totalmente opostos dos anjos. Jake, um príncipe demônio, logo está na cola dos dois, causando muitos problemas.

O maior defeito de Halo, para mim, não é o romance em si, já que é até bonitinho, mas a forma como foi desenvolvido. Xavier parece mais inumano do que a Beth, o que fica um pouco estranho e forçado demais. Nada contra os superprotetores e devotados, isso é lindo, mas uma dose de realidade cairia bem, não?

Em Hades, segundo livro da série, os problemas são gravíssimos logo no início. Jake está de volta e consegue uma maneira de levar Beth para o lugar onde nenhum anjo do bem jamais esteve: o próprio inferno. Contrariada, mas temendo o que pode acontecer àqueles que ama, Beth se mantém forte e procura se alimentar das boas lembranças da vida na Terra. É claro que as coisas vão de mal a pior para Xavier, Gabe e Ivy também, já que estão loucos e à sua procura. O ponto fraco do livro é a relação de Beth com os habitantes de Hades. Uns são loucos, outros malvados, mas alguns personagens são, simplesmente, bonzinhos. O próprio Jake se mostra menos malvado, aos poucos, ou, pelo menos, compreensível. Enfim, as atitudes dos personagens são vazias, assim como o desenrolar do livro. Certos detalhes são vagos e previsíveis demais, mas o romance ainda é fofinho.

Heaven, o último livro, tem mais ação, já que o livro mal começa e o casal já está em fuga. Desta vez, o perigo não é só infernal. Beth e Xavier estão sendo caçados por uma “casta” especial de anjos, poderosos e letais. Tudo por causa de seu amor. Juntos, não importa o que aconteça, eles enfrentam forças que desejam separá-los, de uma vez por todas. Vidas também se perdem, o que torna a empreitada ainda mais complicada para os dois. Mais uma vez, o foco não está em boas explicações a respeito da trama e seus seres, mas no romance. Apesar disso, é possível perceber um pequeno crescimento em relação a personagens como o Xavier, que parece amadurecer um pouco, deixando de ser o namorado babão de Halo para ser o homem forte que o personagem deveria ser.

Infelizmente, a série não termina bem. Alguns personagens, simplesmente, desaparecem da trama como se nunca tivessem existido, enquanto outros somem de vista com uma explicação fraca para sua ausência. Não entendi o porquê dessa finalização. Parece que o final foi cortado, deixando detalhes importantes para trás. Funcionaria, provocando minha ira, certamente, se a intenção de Adornetto fosse escrever algum texto complementar, ou algo assim, para deixar claro o fim dos tais personagens. Francamente, a previsibilidade não estraga a história, que já está definida desde o primeiro volume, mas detalhes vagos ou ausentes irritam qualquer leitor que se preze. Juro que pensei que haviam páginas perdidas ou algo do tipo, mas não. A série terminou mesmo.