Amor Deliria Nervosa é
uma doença grave e fatal. Seus principais sintomas são loucura
aparente, nuvens sob os pés e dificuldade em obedecer às regras.
Uma vez contraída, não há cura, a não ser a morte. Para evitar
que os males da temida doença assolem a população, o governo
disponibiliza A Cura. Todo cidadão tem direito ao procedimento que
erradicará, de vez, o risco de se contrair a doença, a partir de um
pequeno preço: eliminação total de qualquer sentimento.
Pandemônio é o segundo
livro da série Delirium, escrita pela brilhante Lauren Oliver e
publicada no Brasil pela Intrínseca. Delírio, o primeiro volume,
foi a primeira distopia que me encantou, ainda que seu final tenha me
arrasado. Pandemônio começa do ponto em que Delírio parou, ou
seja, com Lena sozinha e acabada nas Terras Selvagens. (Breve resenha de Delírio aqui.)
Dividida entre o passado — Alex, a luta pela sobrevivência na Selva — e o presente, no qual crescem as sementes de uma violenta revolução, Lena Haloway terá que lutar contra um sistema cada vez mais repressor sem, porém, se transformar em um zumbi: modo como os Inválidos se referem aos curados. Não importa o quanto o governo tema as emoções, as faíscas da revolta pouco a pouco incendeiam a sociedade, vindas de todos os lugares… inclusive de dentro.
Como posso expressar o
que li em Pandemônio, sem que soe clichê ou vazio? Gosto muito de
distopias. Muito mesmo. Sempre digo isso, eu sei. Distopias contém
dor, romance e um mundo terrível, todos ingredientes para uma trama
de tirar o fôlego. Lauren Oliver tem uma forma bizarra e um tanto
amargurada de escrever suas histórias. Delírio não é só uma
série distópica, mas a demonstração de dois lados de uma moeda.
Alguém duvida de que o tal Amor é mesmo fonte da discórdia,
loucura e confusão? Eu não. Mas também não dá para imaginar um
mundo onde não haja amor, mas apenas pessoas com sentimentos
robóticos. O fato é: Pandemônio superou minhas expectativas. Sim,
eu li muitas resenhas afirmando que o final seria chocante e tal, a
ponto de ter, realmente, sofrido por antecipação.
Bom, minhas impressões
são óbvias, a esta altura, certo? Mas vamos aos detalhes. O livro
mescla dois tempos distintos na vida de Lena: o antes e o agora. Ela
narra, em capítulos alternados, tudo o que viveu no antes (a partir
da fuga de Portland), e o que está vivendo agora (em missão em New
York).
O antes é doloroso,
desde sua recuperação e apresentação a um grupo de inválidos,
até a memória constante e arrasadora de Alex. Lena se vê
embrenhada em uma luta que nunca esperou, em um mundo que nunca
imaginou, com pessoas que lutam pela sobrevivência. Personagens
marcantes e, obviamente, de grande importância para o futuro da
série, são apresentados de forma realista e humana, mas logo, a
própria Lena se vê presa nos limites da insanidade provocada pela
deliria e a vontade de
cumprir um papel.
O
agora é limpo, calculista e objetivo. Lena está em missão na
cidade de New York, sob nova identidade e lidando com novos desafios.
Ela precisa manter os olhos em Julian, um importante membro da
sociedade curada, mas acaba surpreendida por uma situação ruim, sem
instruções ou armas. Daí em diante, momentos tensos correm em
ritmo frenético e quase sem pausa. Mesmo quando alterna os
capítulos, o Antes está tão frenético quanto o Agora, de formas
diferentes. Lauren não nos dá descanso, mas poucas informações e
muita luta e lesões corporais.
Os
novos personagens são ótimos e conquistam um espaço especial na
trama. Raven, a rebelde, não assume o papel de Hana, mas ajuda Lena
de forma dura e cheia de significados. Julian é um encanto, mesmo
que Lena (eu, você...) não consiga esquecer Alex e ainda espere que
ele esteja vivo.
Se
posso arriscar uma opinião básica e passível de objeção, acho
que Pandemônio tem uma dose absurda de emoção. Não senti tanto em
Delírio, que mostrou uma Lena em descoberta, mas pouco sentimental,
mesmo com a presença de Alex. O segundo volume traz uma Lena em luto
e disposta a lutar por algo que não tem ideia do que realmente seja,
o que a torna, no mínimo, corajosa e altruísta.
De
tudo o que foi dito, acredite, nada te prepara para o final. Não é
um final inpensável. Eu pensei nele, inclusive. Só não achei que
Lauren o escreveria. Imaginei duas possibilidades, ambas cruéis. A
menos provável foi, justamente, a escolhida pela tia Lauren. Para o
melhor, ou para o pior...
Se
você gostou de Delírio, o que está esperando para ler Pandemônio?
Coragem? Vá na fé. Se não gostou, achou fraco e tal, você pode
mudar de ideia com Pandemônio.
Ah, você não tem noção do quanto eu to esperando por esse livro.
ResponderExcluirDemorei muito para ler Delírio, mas acabei me apaixonando. <3 Espero não me decepcionar com Pandemônio. :)
Um beijo,
Luara - Estante Vertical
Oi Camilla!
ResponderExcluirDesculpe invadir assim seu blog, mas é que você ganhou os mimos do Tô pensando em Ler por ter comentado na resenha do filme Relação Mortal. Como você não deixou email para contato, eu não tive outra opção.
O link é esse: http://topensandoemler.blogspot.com.br/2013/05/to-pensando-em-ver-o-filme-relacao.html
Por favor, envie seu endereço para aletapias@hotmail.com
Com o assunto Sorteio de mimos Relação Mortal.
Parabéns!! Bom dia!!
Bjkas
Alessandra Tapias
Queria tanto ter sentido isso q vc sentiu lendo esse livro... p/ mim a leitura de Pandemônio foi chata e arrastada, não que o livro anterior tenha sido maravilhoso, mas teve algo q nesse faltou... Quase achei q o livro era desnecessário... =/
ResponderExcluirAndy_Mon Petit Poison