Em Time to Run (Tempo de Fuga),
primeiro volume de uma trilogia escrita por Rachel Ward e publicado
no Brasil pela editora ID, não há doces romances ou cenários
bonitos, mas uma ficção amarga e cenários tristes. O que torna o
livro tão especial não é o tema principal em si, mas as
consequências inevitáveis do mesmo.
Jem é uma garota de quinze anos que
vive em um lar substituto desde a morte da mãe por overdose.
Problemática e encrenqueira, age como se ninguém importasse, mas
tudo por causa de um intrigante dom. Ela consegue ver nas pessoas um
número que indica a data de validade delas (bem ao estilo do
videoclipe de Savin' me, do Nickelback). Tal capacidade, que mais
parece uma maldição, impede que a garota permita que qualquer um se
aproxime e podemos entender o porquê. Apesar de seu jeito
escorregadio, Jem respeita muito sua atual mãe adotiva, Karen, que
também a trata com algo próximo de carinho.
Normalmente, é muito fácil para Jem
afastar as pessoas, sem mesmo olhá-las nos olhos, mas Spider, um
garoto esquisito e com péssimos hábitos de higiene, não se dá por
vencido até provar que pode ser seu amigo. Vencida pelo cansaço,
ela desiste de afastá-lo mesmo sabendo que o garoto morrerá em
alguns dias...
Tentando aproveitar um pouco dos raros
momentos de quase satisfação, Jem e Spider vão a um parque de
diversões de Londres lotado de gente. Logo, ela percebe algo
assustador: várias pessoas no mesmo local possuem a mesma data de
morte e será naquele dia! Sabendo que não poderá evitar e que
estará em sérios apuros se ficar, ela arrasta o amigo para a saída,
sem pensar duas vezes. Infelizmente, um atentado terrorista acaba de
acontecer dentro do parque e os garotos terão de fugir para não
serem capturados como terroristas, visto que fugiam antes de tudo
acontecer.
Daí em diante, os dois precisam
correr e se esconder, deixando suas famílias e partindo em busca do
nada. A partir deste ponto, após a fuga, a tensão só aumenta. Em
vários momentos, eles são quase pegos e não há perspectiva de um
destino feliz. Jem sabe que Spider está para morrer em breve e não
consegue pensar que não há solução. Pela primeira vez, ela quer
fazer algo para impedir a morte. Eles também se envolvem em algo
além da amizade, mas nada que te faça suspirar. Sua realidade é
muito dura e eles sabem que não há muito para eles no futuro, se é
que este existe.
Dizer que o livro é bom, eu digo. Só
não posso dizer que gostei, já que ficar deprê é uma das
condições que Numbers provoca. Tudo é muito triste, muito duro e,
então, você se lembra de que aquela é a realidade de tantos
meninos por aí, exceto pelo dom de Jem. O final não é agradável,
mas aceitável, considerando tudo o que conduziu o livro até ali.
Ainda assim, um toque de esperança não faria mal a ninguém...
Parece-me ser um livro bem denso, e triste (como você comentou). Não sei se seria uma leitura agradável a mim, mas também não deixa de ser interessante!
ResponderExcluirESCONDIDOS NO LIVRO
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