Falando de Stephenie Meyer: Saga Crepúsculo e A Hospedeira



Andei pensando em escrever algo de forma mais livre, sem que fosse resenha de um livro ou algo semelhante aos já postados no blog. O primeiro nome que me veio à mente foi Stephenie, então decidi falar um pouco sobre o que apreendi lendo suas obras. Antes que o preconceito o impeça de continuar a leitura, preciso dizer que não sou fanática pela série Crepúsculo, mas reconheço um valor na obra que vai além da febre adolescente. A verdade é que Meyer soube atingir o ponto certo da literatura juvenil, mas ao contrário de alguns autores que apenas seguem o fluxo, ela transformou um tema fofinho e sobrenatural em um sucesso mundial. 

 
Dizer que a história da Saga Crepúsculo é perfeita, não digo, mas tenho que concordar que a escrita é agradável, clara e atrai o leitor para a sequência de forma viciante. A história não é grande coisa, não passa emoção e tem detalhes bizarros, mas tudo bem articulado, sem deixar muitas brechas. Gosto da forma como ela descreve Edward Cullen e do que ele representa, afinal o homem perfeito disfarçado de vampiro é mesmo um lugar comum na literatura feminina. Claro que não há lógica no enredo, mas como poderia? O tema sobrenatural já estava em alta muito antes da febre surgir, mas a saga abriu as portas para todo o tipo de criações que, hoje, começam a ser superadas pelas distopias. Ainda assim, a exemplo de clássicos juvenis e sobrenaturais, como Harry Potter e O Senhor dos Anéis, não é tendência seu desaparecimento.
A adaptação para o cinema elevou, vertiginosamente, o número de adeptos da série. Infelizmente, neste caso, temos um exemplo de má adaptação. Sei que os filmes são sucesso e eu mesma os acompanho bastante, mas sinto muita falta de componentes essenciais que só encontrei nos livros. Acho uma pena que o Edward dos filmes não seja o gentil cavalheiro que os livros mostram, e que os lobos pareçam monstros personagem de videogame antigo que pularam da tela da TV...
O engraçado é que apesar de uma boa escrita e relativa criatividade, o que alavancou mesmo a história foi o personagem, que nem mesmo é o narrador. Sinto que Meyer depositou todas as suas convicções a respeito de um bom homem em Edward e deixou os piores defeitos das adolescentes para Bella. Bizarro ou não, ela foi brilhante, pois deu certo! Todas as garotas encontram um pouco de si em Bella Swan, logo procuram um pouco de Edward em seus garotos, já que sonhar não arranca pedaço...
Apesar do sucesso da saga, tendo até um pequeno spin off chamado A Breve Segunda Vida de Bree Tanner, o que me faz crer no potencial de Meyer é sua não-tão-aclamada-obra, A Hospedeira. Também abordando o sobrenatural, neste caso, alienígenas, e utilizando-se da mesma e infalível técnica dos romances que transcendem espécies, ela mostra que a criatividade está além do brilho purpurinado dos vampiros. A história não tem um lado científico muito inteligente, mas o foco nos seres e em como pensam, explica o que se precisa saber para acompanhar as páginas. Particularmente, acho o enredo, o romance e o desenrolar de A Hospedeira muito mais interessante e criativo do que Crepúsculo.
Oportunamente, o menos famoso sucesso de Meyer, também chegou aos cinemas com o fim da franquia da saga dos vampiros. Atores consagrados fazem parte do elenco, o que já traz uma visão mais sóbria do valor do enredo. Torço para que o filme possibilite ao livro encontrar a credibilidade que lhe falta, mas não espero que alvo seja o pretendido por Stephenie. A Hospedeira tem personagens mais adultos e um romance mais lógico e complicado, mas o filme parece seguir uma linha mais adolescente...
Gostaria de um novo lançamento da Stephanie. Na pior das hipóteses, não teria o sucesso de sua primeira série, mas com certeza, não faltariam leitores ansiosos pelo seu novo trabalho. Poderia ser algo mais sério, mais adulto, ou mesmo outra besteira adolescente, desde que ela continuasse a escrever. Saga sobrenatural ou distópica é o que não falta no mundo, mas algumas são cópias parciais das ideias difundidas, mas não inventadas, por Meyer.

P.S. Se fui capaz de dizer coisas boas sobre a titia Steph, você não imagina o que eu seria capaz de dizer sobre a titia Joanne Kathleen...

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