Resenha: Soldier – Sam Angus


Baseado em fatos históricos e relatos reais sobre a atuação de corajosos animais durante a Primeira Guerra Mundial.
Quando Tom Ryder é convocado para lutar na Primeira Guerra Mundial, não imagina o quanto o seu irmão mais novo, Stanley, sentirá sua falta. A única alegria do garoto são os filhotes de Rocket, a cadela premiada que é o orgulho da família. Porém, ao descobrir que Rocket teve filhotes mestiços, o pai de Stanley fica furioso e ameaça afogar os cãezinhos. Inconformado e desejando reencontrar Tom, Stanley foge de casa. Mentindo a idade, consegue se alistar no exército britânico. Somente o amor incondicional pelos animais será capaz de fazê-lo sobreviver à brutalidade e à frieza dos campos de batalha. Uma prova de que a inocência e a sensibilidade podem ser mais poderosas do que a guerra.

Soldier – Leal até o fim (Soldier Dog), escrito por Sam Angus e publicado pela Editora Novo Conceito, conta uma comovente história sobre perdas, amizades e uma guerra insana. Trata-se de uma ficção, porém muitos dos fatos narrados foram baseados na realidade vivida por soldados e animais durante aquela guerra.

Para começar, confesso que a leitura deste livro foi mais difícil do que eu poderia imaginar quando o solicitei. Não sei se foi o ambiente tão realista (campos de batalha), o sofrimento humano ou a presença dos animais que mais admiro no mundo, só sei que foi uma leitura complicada e dolorosa, mas também linda. O livro conta a história de Stanley, um garoto de 14 anos apaixonado por cachorros que enfrenta a ausência do irmão, combatente na França, vivendo com um pai frustrado e ranzinza. Enquanto tenta suportar a distância, o garoto passa seus dias ao lado de Rocket, a cadela premiada de seu pai. Após desaparecer por algumas horas em período de cio, Rocket retorna para casa, mas Da, o amargurado pai de Stanley e Tom, avisa que não quer filhotes mestiços ali, o que significa dizer que se Rocket estiver prenha, seus filhotes correm perigo.
 
Dois meses depois, lá estão eles: lindos filhotinhos mestiços. Stanley fica encantado logo que os vê, auxiliando Rocket em cada movimento e, dias depois, cuidando diretamente dos cachorrinhos, mas seu pai faz questão de se livrar deles, ameaçando até mesmo afogá-los se preciso. Quase todos os filhotinhos são doados, menos um, pelo qual Stanley tem ainda mais apreço. Certo dia, o garoto percebe a ausência do pai e não encontra o filhote em lugar nenhum. Ele corre para acompanhar a carroça do pai, mas é tarde demais. O pai cumpriu a promessa de se livrar do cãozinho, da pior maneira possível. Desesperado e magoado, Stanley não espera o retorno do pai. Mentindo a idade e alegando ser um experiente adestrador de cães, ele segue com o exército em direção aos campos de batalha, na esperança de encontrar Tom pelo caminho. Logo, ele tem um cão mensageiro para treinar e os horrores da guerra acontecendo diante dos seus olhos, sem ter para onde fugir. Stanley descobre que existem animais maravilhosos servindo à guerra, dando a vida por homens que nem conhecem e definindo vida ou morte com uma coragem absurda. Ele começa acreditando na lealdade dos inocentes peludos, mas termina tendo a certeza de que ela também vem daqueles que menos aparentam prezá-la.

O que dizer de um livro que narra os horrores de uma guerra que realmente aconteceu? Como separar ficção de realidade quando tudo parece tão vívido mesmo nas mémorias de quem nunca esteve numa guerra? Soldier é dividido em três partes e narrado em terceira pessoa, seguindo sempre os passos de Stanley. A narrativa não se perde em pensamentos, mas permite muita reflexão ao longo de suas páginas, especialmente durante os diálogos dos combatentes, sempre carregados de emoção, dor e perseverança, até nos momentos mais duros. Não há muito o que dizer em resenha e eu recomendaria a leitura apenas àqueles que curtem histórias que mesclem fatos históricos, animais brilhantes e apreensão. Terminei o livro com o coração na mão, lágrimas teimosas e pesar, mas não por causa dos personagens fictícios…

Tinha aprendido que a sinalização era vital em uma guerra baseada em trincheiras, onde tanta coisa dependia agora das mensagens, enviadas por telegrama, por mensageiros a cavalo, por rádio ou por telefone ou por pombos-correios, poderiam fazer a diferença entre o sucesso e o fracasso de uma operação (...)”

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