Resenha: A Sociedade do Treze, de Gareth P. Jones


Lorde Ringmore passou a vida toda em busca da verdadeira magia, mas só o que encontrou foram charlatões e mágicos com truques baratos. Agora, um misterioso livro caiu em suas mãos. E quem desvendar seus degredos terá grandes poderes. Para isso, Ringmore funda a Sociedade dos Treze, um grupo de interessados nos mistérios do ocultismo. Mas nenhum enigma poderá ser revelado sem que os órfãos Tom e Esther entrem em contato com o livro. Cuidado! O mundo da magia pode ser fascinante, mas também é muito sombrio...

A ficção juvenil A Sociedade do Treze, escrito por Gareth P. Jones e publicado no Brasil pela parceira V&R Editoras aborda uma história sombria e mística, ambientada na Londres da era vitoriana.

Narrado em terceira pessoa, o livro conta a história de um grupo de pessoas comuns que compartilham uma única ideia visionária: descobrir a magia. Enquanto o imponente Lorde Ringmore concentra uma busca por provas de que existe alguma magia no mundo, Sir Tyrrell se preocupa com imagem e política, o senhor G. Hayman escreve histórias fantásticas, John Symmonds capitula a gramática e Harry Clay ganha a vida como um famoso ilusionista. Unidos pela curiosidade a respeito de um complexo livro, adornado com o número 13, o grupo embarca na missão de suas vidas. Logo, até o mais descrente dos três acredita que o livro possa ser a chave para algo grande e fantástico, porém, aparentemente, indecifrável. 
 
Pelas sujas e obscuras sarjetas de Londres andam os órfãos Tom e Esther, que sobrevivem às custas de pequenos furtos. Quando seus caminhos os levam direto ao encontro de Lorde Ringmore, uma chance inesperada acaba transformando a vida dos jovens de apenas 13 anos em algo ainda mais conturbado e tenebroso. Tudo o que eles sempre tiveram, desde que se conheceram quando pequenos, era a amizade que os unia, mas a chance de provar um poder inimaginável acaba colocando muito mais em jogo. O maior desafio dos dois é terem em mente que jamais devem confiar em qualquer outra pessoa, mas ninguém poderia desconfiar de animais falantes, certo? Forças sinistras, maldades e ganância recheiam a narrativa com bastante ação e mistério, tudo isso desaguando em um momento surpreendente e mais sinistro do que se pode esperar na literatura juvenil.

A história possui personagens muito bem construidos e, ainda que tenhamos capítulos intercalados narrando a vida de cada um de forma básica, é possível conhecê-los bem em poucas palavras. O mistério também se desenrola em um bom ritmo, sem enrolação, apresentando os fatos e detalhes em momentos adequados. A ação corre por conta das diversas situações de perigo iminente aos quais estão sujeitos os órfãos, sem ninguém para olhar por eles ou instruir-lhes. Não é uma história feliz, na verdade, é bem sombria, evidenciando, de certa forma, que nem sempre a mágica resolve...

Ao longo das 292 páginas, percebe-se um ótimo trabalho da editora em matéria de revisão e diagramação simplificada. A arte da capa é o mais interessante, pois denota a ideia central do enredo sem revelar mais do que o necessário. Recomendo a leitura para todos os gostos (foi uma ótima surpresa!), especialmente para aqueles que gostam de finais nada óbvios.

"As sombras projetadas pela lanterna deixam à mostra um desenho acima do nome. Um círculo dentro de um triângulo e, ao redor deste, um círculo maior, gravado na pedra."

1 comentários:

  1. Ótima resenha e também achei a capa do livro boa, entretanto o final é de certa forma óbvio. Não posso dizer a razão pois seria um spoiler.

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