Resenha: Entre o Agora e o Sempre, de J.A. Redmerski [II Maratona Literária #EuSouDoideira]


Sequência de Entre o Agora e o Nunca, new adult publicado pela Suma das Letras.

Camryn Bennett e Andrew Parrish nunca foram tão felizes. Cinco meses depois de se conhecerem num ônibus interestadual, os dois estão noivos e prestes a ter um bebê. Nervosa, mas empolgada, Camryn mal pode esperar para viver o resto de sua vida com Andrew, o homem que ela sabe que vai amá-la para sempre. O futuro só lhes reserva felicidade... até que uma tragédia os surpreende. Andrew não consegue entender como algo tão terrivelmente triste pôde acontecer. Ele tenta superar o trauma — e acredita que Camryn esteja fazendo o mesmo. Mas, quando descobre que Camryn busca sufocar uma dor imensa de uma forma perigosa, fará de tudo para salvá-la. Determinado a provar que o amor dos dois é indestrutível, Andrew decide levar Camryn numa nova jornada carregada de esperança e paixão. O mais difícil será convencê-la a ir junto... Com Entre o agora e o sempre, a aguardada continuação de Entre o agora e o nunca, J. A. Redmerski concluiu a história de amor que encantou milhares de leitores.


Antes de qualquer coisa: qual é a desses new adults, que mais parecem histórias fantásticas com personagens e situações fantásticas demais para serem verdade? Não vou dizer que Entre o Agora e o Sempre foi uma decepção, pois não foi, visto que eu já havia perdido um pouco das expectativas com Entre o Agora e o Nunca.

Camryn e Andrew parecem, finalmente, estar vivendo seu final feliz. Juntos e esperando seu primeiro filho, o casal ainda é aquela dupla que exala beleza e sensualidade por onde passa. Andrew ainda é o Senhor-Perfeição-Literária, dedicado, bonito e paciente. Exceto pelo fantasma dos males do seu passado, sua vida parece entrar nos eixos. Camryn ainda é a Senhorita-Sofrimento-Eterno e consegue ser ainda mais insossa do que fora no primeiro livro. Não me entendam mal, a personagem é boa pessoa e tudo, mas extremamente enjoativa com tantos mimimis não ditos, mas pensados.

Mais uma vez, o casal cai na estrada, mas o que deveria ser o diferencial (road trip) acaba se repetindo e deixando a história, praticamente igual ao livro anterior. Algumas situações em que se envolvem, quando finalmente acontecem, quase fazem pensar que a história pode ter um “quê” de realidade. Infelizmente, todas as situações acabam no lugar comum, revelando a imaturidade dos personagens mesmo após vivenciarem tantas coisas. A ânsia por liberdade, por não se apegarem a um lugar e cairem na estrada sempre que bem entenderem pode até ser um aspecto poético e utópico, mas cá entre nós, demonstra muito mais irresponsabilidade da parte dos personagens do que autonomia e desapego. Definitivamente, não dá para tentar fazer isso em casa...

Tirando esses pontos, que não chegam a ser negativos, apenas deixam margem à crítica, o romance de Andrew e Camryn ainda é hot e doce, ao mesmo tempo, algo muito agradável de se ler e imaginar. E por que não viver?

Podemos não ter os detalhes traçados, e não precisamos ter, mas ambos sabemos em que direção não queremos seguir.”

Nem tudo são flores para eles, claro. Muito drama e algumas perdas também vão acontecer, provocando a necessidade de uma nova forma de lidar com dores e desejos. Confesso que o final do livro me irritou profundamente. Mais uma vez, em dado momento, a narrativa nos conduz a uma conclusão precipitada, que se mostra completamente errônea logo em seguida. Não sei qual é a necessidade disso. E, para completar, a narrativa muda de foco no epílogo, deixando um personagem “alheio” (entre aspas porque, apesar de pertencer à história, ninguém quer saber o que ele pensa ou vive) narrar o que está acontecendo em sua vida. Honestamente, bem escrito, diagramado e com uma capa linda (alguém concorda que o Andrew da foto é a cara do jogador de futebol espanhol Gerard Piqué?), o livro só não me encantou por causa dos excessos na trama, pois a base é muito boa.

Bem, como o livro faz parte da lista da II Maratona Literária, preciso citar uma música que tenha a ver com a história. Para minha sorte, algo que não falta é música, já que os personagens, cantores nas horas vagas, falam bastante de algumas bem específicas. Uma das músicas citadas na história, por acaso, também é uma das minhas favoritas, assim como da Camryn. Edge of Seventeen, da Stevie Nicks, tem um som incrível, com uma letra simples e tocante. A Lindsay Lohan também fez uma versão bem legal da música (sim, eu curto a voz da Lilo), mas de qualquer forma, o som é uma delícia.

As nuvens... nunca esperam isso
Quando chove
Mas o mar muda de cor
Mas o mar...
Não muda
E então...com o fluxo...graciosamente lento...
da idade
Eu fui adiante...com uma idade velha
Desejo...para agradar
No limite dos dezessete”
(trecho traduzido de Edge of Seventeen)

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