Resenha: Não Olhe! - da FML Pepper

Se a morte possui muitas faces, em qual delas confiar?


capa da versão kindle
capa Editora Valentina
Prisioneira de uma sombria dimensão. Possuidora de um dom e de uma maldição. Determinada a encontrar seu caminho e sua identidade. Fugir e sobreviver ou enfrentar seus fantasmas e acabar morrendo? Se justamente a única pessoa que poderia lhe ajudar foi a responsável por reduzir seu coração em pedaços, em quem Nina poderia confiar agora que acaba de descobrir que a morte pode ter muitas faces?

Segundo volume da série Não Pare!, escrita por FML Pepper, Não Olhe! consegue provocar um sentimento ainda mais frenético do que o livro de estreia. O enredo da série apresenta um tema um tanto diferente relacionado ao sobrenatural, assim como um outro mundo cheio de mistérios e problemas. Se você ainda não leu Não Pare!, aconselho parar por aqui e correr para o livro, pois o segundo começa do ponto em que parou o primeiro. Esta sequência começa exatamente do ponto em que o primeiro parou. Se você ainda não leu Não Pare!, mas insiste em ler a resenha de Não Olhe!, recomendo, pelo menos, a leitura da resenha do primeiro (resenha de Não Pare!).

Se no primeiro volume tivemos uma prévia da loucura em que Nina estaria envolvida em breve, na sequência, a morte deixa de ser iminente e passa a ter cara, nome e endereço. Zyrk, o mundo além do portal, é ainda mais assustador do que lhe contaram e, em momento algum, uma pessoa comum, melhor dizendo, uma híbrida, pode estar a salvo.

Enquanto busca respostas concretas e luta pela própria vida, Nina conta com a ajuda de alguns, mas sem poder confiar cem por cento, já que é certo que qualquer um naquele mundo pode ser seu algoz. No caminho, ela descobre mais sobre sua estranha origem e percebe que o destino e a morte estão diretamente ligados. Notei um certo amadurecimento da personagem, que no livro anterior me irritou bastante com algumas de suas decisões. Existem muitas coisas que ela não deve olhar, literalmente, mas que, ao fazer o contrário, acabam lhe impulsionando a fazer o que é certo. Vi mais atitude da parte de Nina e, infelizmente, senti mais dó de Richard. Este já merece o posto de personagem dos sonhos pelo simples fato de estar fazendo o impossível e indo contra sua própria natureza para ajudar alguém a quem deveria odiar. No todo, vários personagens cresceram e surpreenderam com atitudes bem diferentes do comum para zyrkinianos.


“Eu tinha de reagir. Nem que para isso eu precisasse mentir, trair, e se fosse o caso, até matar. Era chegada a hora de lutar por minha vida.”

O cenário, mais uma vez, me agradou. Se em Não Pare! a descrição de várias cidades do mundo foi destaque, em Não Olhe!, é a descrição de Zyrk que arrasa. Gostei muito das diferenças óbvias entre os reinos e de como o ambiente externo influencia a vida das pessoas por lá. Saber que a noite é sinistra até para o maior dos guerreiros é um ponto forte e razão de boa parte dos momentos mais tensos da história.

“Não havia qualquer sinal de vida. Só a cor cinza. A região ao meu redor era mais que árida, era mórbida. A sensação era de que estávamos sobre um tapete feito de lava vulcânica resfriada.”

A dose de romance está quase perfeita. Quase porque, infelizmente, a situação vivida pelo casal não é das mais favoráveis. Apesar disso, a devoção do certo dono de um par de olhos turquesa é tão grande que compensa as cenas em que estão separados, que aliás, são demais para o coração do pobre leitor.

Posso dizer que esta sequência é um divisor de águas para a série. Além de várias revelações bombásticas, temos uma boa noção de quem é quem na história e de que lado certos personagens importantes estão, assim como suas razões.

Leitura mais do que recomendada para a galera que curte o sobrenatural com uma boa dose de ação e romance. O livro se encontra no formato Kindle, à venda na Amazon, mas os fãs já estão se manifestando através da tag #NãoPareNoPapel. E eu apoio! (Atualização: a Editora Valentina vai publicar a trilogia)

1 comentários:

  1. Oi Camila, não li nenhum dos livros da série ainda, o que é uma pena, pois é bem o estilo que eu tanto gosto.
    Bjs, Rose.

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