Lendo por um país melhor



O Brasil não é um país de leitores. Com tanta diversidade cultural e população, relativamente, jovem, o brasileiro lê cerca de 4 livros por ano. Só quatro? Bem, esse é o número apontado por uma pesquisa no princípio de 2012, sendo que apenas 2 dos quatro livros são lidos até o final. O que penso disso? O quadro é triste, mas reversível. Em um país onde o analfabetismo ainda está nas estatísticas, é natural que os livros não passem pelas mãos e olhos de todos. 

 
Para uma pessoa viciada em leitura pode ser muito difícil imaginar que alguém, morador de uma grande cidade como São Paulo, por exemplo, nunca tenha pisado em uma biblioteca. Mas o pensamento é natural quando se analisa determinada classe social ou etária. Sempre pensei que os jovens, tecnicamente, deveriam ler mais. Por motivos óbvios, dentre estes, a escola ou a faculdade. Enquanto se frequenta aulas em instituição de ensino de qualquer nível, espera-se que o aluno esteja lendo, certo? Ao que parece, não é bem assim. Os livros didáticos não são lidos da mesma forma que os clássicos da literatura brasileira ou portuguesa, por exemplo. Ao mesmo tempo, os clássicos tão aclamados pelos professores de língua ou bancas examinadoras, são bastante odiados por parte dos estudantes, que acabam desenvolvendo também, certa aversão a qualquer leitura curricular e, até mesmo, extracurricular.
É com base nas conclusões acima que defendo a ideia de que nem só de clássicos vive o homem. A literatura infanto-juvenil pode não ser o ideal, mas o simples fato de se influenciar a imaginação, a leitura crítica e a boa ortografia já é um fator forte e, talvez, decisivo para um futuro ladeado de livros.
Aprendi a gostar dos livros sob influência da mamãe que, além de professora do ensino fundamental, sempre foi uma pessoa inventiva e criava seus próprios livros de histórias infantis. Lembro-me de passar bons tempos lendo e relendo as mesmas historinhas, evoluindo, posteriormente, para as páginas de Harry Potter, Dom Casmurro e Marília de Dirceu. O meu ponto é simples: é muito fácil gostar de ler. A imaginação está tão ligada ao sucesso pessoal quanto a realização de qualquer outro prazer. Quantas vezes vemos pessoas vidradas em um filme que não passa de uma adaptação infiel de um livro maravilhoso? Por que não vidrar no livro? A resposta, muitas vezes, é simples e unânime: preguiça. Dizem que é mais fácil permitir que alguém imagine por nós, mas se quer saber, nada supera o cenário que pode se formar em sua mente.
Com dados tão desanimadores a respeito da leitura no país, me pergunto: como, a cada dia, surgem mais e mais blogs e comunidades literárias? Acho que é sinal de mudança, mas não sei se é evolução. Ainda vejo pessoas começarem a ler Cinquenta Tons de Cinza em busca dos detalhes eróticos e adolescentes fanáticas acompanhando livros que se tornaram modinha, mas quantas realmente sentem o prazer e os benefícios da leitura? Falando por mim, tenho sono quando leio qualquer coisa sobre Direito Constitucional, Tributário ou Administrativo, mas sou capaz de virar uma noite lendo uma saga distópica e bem juvenil. Minha leitura tem valor? Espero que sim, por que é assim que quero viver minha vida, e se possível, profissionalmente.

1 comentários:

  1. Acho que falta mais investimento na literatura brasileira e principalmente essa coisa da escola parar de forçar um aluno a ler um livro específico...

    Obrigado por seguir meu blog, já estou seguindo de volta! Beijos ^.^

    memorias-de-leitura.blogspot.com

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